2025 já está bombando. Talvez ainda tenha um gostinho de 2024 em algumas coisas, é verdade, mas começou firme. É 2025 já contando sua história, num oferecimento SZA, Japanese Breakfast, Little Simz, Franz Ferdinand, Mogwai e uns novinhos.
Normal deixar tudo para o finzinho do ano, né? A SZA meio que fez isso ao lançar “Lana” no dia 20 de dezembro que passou a versão de luxo do seu “SOS”, de 2022. Acrescentando 15 inéditas ao antigo álbum, ela chegou a um discão com 38 músicas e com duas horas de duração – poderia contar como um álbum totalmente novo, mas, enfim, ela quis assim. Entre as novidades, cheias de fortes graves, o destaque é mais uma música com seu parceiro mais frequente, Kendrick Lamar – “30 for 30” é a oitava parceria deles! O som é quase como um papo entre amigos falando de peito aberto sobre sentimentos. Em uma das linhas, SZA entrega: “Quando o sol se põe, tudo me faz sentir solitária”. E, por falar em solidão, uma das músicas de “Lana”, a excelente “BMF”, pega a melodia de “Garota de Ipanema” (“por que estou tão sozinho?”), sem deixar de creditar Tom e Vinicius.
No dia 30 de dezembro, faltando 24 horas para 2025, chegou o novo single de Little Simz – justo ela, que praticamente abriu o ano de 2024. A faixa é uma longa reflexão sobre suas conquistas, mais que no ano que passou, e sim na vida toda – um som sem refrão, só uma grande estrofe quase desabafo. “Os vizinhos não conseguem acreditar como uma mulher negra chegou tão longe”, diz em um dos versos. Além disso, a promessa que Little Simz faz aqui é que sua temporada 25 será forte. Estamos na espera – pode vir de disco novo, mulher.
A distinta banda escocesa Mogwai, e lá se vão 30 anos de bons serviços prestados ao post-rock, anunciou a chegada de um novo álbum agora para janeiro. “The Bad Fire”, 11º disco do grupo de Glasgow, sai dia 24. E junto à notícia de sua existência em si, o disco já revelou uma música nova, o primeiro single, chamado “Fanzine Made of Flesh”, que veio com um vídeo no clube. O Mogwai de sempre. Ou seja, bem bom.
Outra que anunciou disco novo e nos deu um single fresquinho e bom foi a Japanese Breakfast, banda-projeto da Michelle Zauner. “For Melancholy Brunettes (& Sad Women)” é o disco, “Orlando in Love” é a música, que ganhou até um lyric video. Fofura máxima, com arranjos especiais, tambores e tudo. Daqui a pouco essa “Orlando in Love” aparece ao vivo em algum programa da TV americana, certeza. Ah, e no Coachella, que costuma transmitir seus shows.
Sonzinho eletrônico nervoso dos nossos queridinhos escoceses, novo single do disco que sai nesta sexta-feira. “Hooked” é uma das 11 faixas de “The Human Fear” tem sua graça. Gostamos mesmo como ela veio “definida” no informe oficial da banda: “[É a banda] em sua forma mais imediata, otimista e afirmativa, atacando o pop na jugular ao estilo clássico do Franz”. Tipo isso.
Como não elogiar uma música que desemboca num solo de sax arrepiante? É o que acontece com “Phantom Thread”, da americana Up is The Down is The, banda de um homem só tocada pelo compositor e multiinstrumentista Andrew Martin. Tem algo na voz dele que lembra Thom Yorke, um lamento bom de se ouvir.
Se quiser começar seu ano assobiando um rockzinho básico mas bem cantalorável, olho no álbum de estreia da bandinha canadense The Breakables. Power pop e gostoso de se ouvir – lembra um pouquinho as construções da veterana The Shins.
Killer Bee é um produtor nova-iorquino que lista como sua principal referência o hip-hop. Embora não faça rap, sua produção reflete a sabedoria para o recorte dos samples e seu poder – uma visão da amplitude possível oferecida pela música eletrônica. Esta “In Ur Eyes” é um rockzinho rápido, chicletinho, mas que se enquadraria no termo dream hop. Mergulha que é alegria.
Colatura é uma duplinha bem novinha do rock nova-iorquino, formada por Digo Best e Jennica Best. Pense em um Best Coast que ouviu The Cure demais – uma turma que vai de coturno e roupa preta na praia e no Natal da família. É assim que eles soam.
Ainda falando de duplas que gostam de tomar sol com roupas escuras, encontramos o duo Found Space, de Portland, que define seu som como dreampoptronica. E lembram mesmo um sonho, mas menos o sonho que temos quando dormimos e mais o que vem quando estamos acordados. Desses que sonham de olhos abertos as pessoas nostálgicas, tipo as que usam filtro para deixar analógica fotos digitais.
***
* Na vinheta do Top 10, a rapper e cantora americana SZA.
** Este ranking é pensado e editado por Lúcio Ribeiro e Vinícius Felix.