Resistência dos festivais independentes, o Novas Frequências espalha conceitos futurísticos, ficção e hyperealidade musical pelo Rio em dezembro. Projeto Maria Esmeralda é uma de suas principais atrações

Você deve ter percebido, e se não percebeu a gente conta. Fazer um festival hoje, principalmente no Brasil, principalmente pequeno em comparação aos megaeventos, é uma tarefa hercúlea. Até os grandes estão com uma dificuldade absurda, basta olhar o que virou o Coachella Festival. Ou os recentemente cancelados Pitchfork Festival americano e o Primavera Sound brasileiro que decidiram pausar seus trabalhos pela dificuldade de costurar um bom line-up e um bom projeto de evento.

Dito isso, vale muito celebrar a realização de um festival indie de alma, eletrônico de essência como o carioca Novas Frequências, que recém-anunciou sua realização e divulgamos agora o line-up.

O Novas Frequências, cuja 14ª edição consecutiva acontecerá dos dias 7 a 15 de dezembro agora, ocupará casas de shows em seis bairros do Rio de Janeiro, com performances, DJ sets, conversas e uma instalação sonora. Sempre olhando para o futuro.

Com uma sensibilidade que justifica o modo como o festival se posiciona, “símbolo da música experimental e das sonoridades expandidas“, o Novas Tendências vai juntar artistas em obras que representam coisas estranhas ao “gosto normal” mas tudo bem típico de seu DNA: do mais simples funk carioca ao samba torto experimental, do tradicional ambient ao (des)encontro sonoro do pós-electropunk. Poesia sonora tambem está no cardápio.

Entre as atrações do Novas Tendências 14 está a primeira apresentação no Rio da banda paulistana Teto Preto depois do lançamento de seu mais recente álbum, “Fala”.

Foto de Lucas Cavallinii

Outra estreia aos ouvidos e olhos cariocas é de um dos principais projetos deste ano, o também paulistano Maria Esmeralda (imagem acima), que não é banda, mas é. Que não é um disco, mas é. Que é um conceito inventado e depois encorporado real pelo coletivo de rappers, beatmakers, produtores e musicisistas Thalin, VCR Slim, Cravinhos, Pirlo e iloveyoulangelo.

Lançado há menos de 6 meses, o álbum conceitual tem ganhado destaque dentro e fora da CENA seja por sua escolha certeira de beats, colagens eletrônicas e samples, ou por sua história fictícia de amor, que traduz as diferentes facetas de um relacionamento conturbado mas apaixonante em 16 faixas. 

Com o show de lançamento do Maria Esmeralda no Rio de Janeiro e outras 24 atrações e uma programação metade dela gratuita, o festival Novas Frequências se espalhará pelo Centro, Cosme Velho, Lapa, Santo Cristo, Méier e Tijuca com muita música nova e relevante, ressignificando a relação entre espaço e música. 

Metade do cartaz do Novas Frequências é feita por artistas do próprio Rio de Janeiro. Chico Dub, o criador, diretor e curador do festival explica qualéquié; “Penso muito na música ‘Eu sou o Rio’, da mítica banda Black Future, quando escuto boa parte dos artistas da programação. É um Rio bem mais underground, à margem dos clichês; mais político, visceral, desigual e verdadeiro. Cheio de narrativas cyberpunk e suburbanas, hedonismo debochado, funkeiro, tecnológico, desolado, distópico e futurista”, justifica.

Abaixo, todos os nomes do Novas Frequências:

Agazero
Ajítẹnà Marco Scarassatti, Maya Quilolo & Ibã Huni Kuin
Ale Hop (PE/DE)
Carmen Jaci (BR,FR,CA/NL)
Caxtrinho
CIANA
EQUIPE 7RIO + PREMOLAR
Félix Blume (FR) (foto abaixo)
IPSNIC (BR/DE)
Lara Alarcón (AR/DE)
Luca D’Alessandro
LYZZA (BR/NL)
M. Takara & Carla Boregas (BR/DE)
Maria Esmeralda
Meta Golova
Nãovenhasemrosto
O Estranho Iluminado & Fausto Fawcett (tocam Chelpa Ferro & Fausto Fawcett)
Podeserdesligado
Prefeitura do Rio
Rafaele Andrade (BR/NL)
Salisme
Teto Preto
Valesuchi (CL/BR)
Vasconcelos Sentimento
Vera Fischer Era Clubber

** Mais informações sobre o festival, inclusive todos os locais e suas programações, você vê aqui.
*** Sobre como adquirir os ingressos para os shows pagos, aqui.

MDE 1 – horizontal miolo página
TERRENO ESTRANHO: black month [horizontal interna fixo]