Popload Sonidos: uma garota sangrenta chamada Teresa

Popload Sonidos: uma garota sangrenta chamada Teresa Foto: divulgação

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* Mais uma edição das colunas especiais na Popload, voltando em 2015. É a vez dos pitacos latinos do “local” Horácio Martin, o Horaz, jornalista e videomaker argentino, que assina a coluna “Sonidos”. Abaixo, Horaz fala sobre a incrível Teri Gender Bender, nome “de guerra” de Teresa Suárez, cantora e guitarrista americana com sangue mexicano!

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* Estamos de vuelta com a coluna Sonidos para 2015, com mucha música para todos!!
Nesta semana a novidade vem do México.
Estou falando de Teresa Suárez, cantora e instrumentista mexicana nascida em Denver, Colorado, filha de mãe mexicana e pai hispano-mexicano. Aos 10 anos, ela começou a tocar guitarra, quando convenceu o pai a comprar uma. Morou em Denver durante os primeiros 13 anos de sua vida, até que se mudou com a mãe e seus dois irmãos para Guadalajara, no México, após a morte do pai.

Em 2007, com 17 anos, Teresa e a amiga da escola Auryn Jolene, que era baterista, fundaram a banda Le Butcherettes (foto acima), no bairro de Zapopan, ao norte de Guadalajara. A banda formada só de garotas incorporou elementos gráficos com adereços na moda dos anos 50, como aventais de carne crua e sangrenta em suas performances de palco. Teresa adotou o nome artístico Teri Gender Bender, e sempre com a língua afiada se fez conhecida pelas suas declarações feministas a respeito da forma como são tratadas as mulheres no México. Não demorou muito para alcançar a fama no cenário underground mexicano.

Teri conheceu o porto-riquenho Omar Rodríguez-López (das bandas At the Drive in e a maravilhosa The Mars Volta) em um de seus shows locais. Ele ficou impressionado com a presença de palco de Teri, que, logo após uma queda de energia no meio do show, não se intimidou e continuou cantando com um megafone no meio do público. A gravadora do Omar Rodríguez-López assinou um contrato com a banda, e ele mesmo em 2011 produziu o primeiro álbum de Teri intitulado “Sin Sin Sin”.

No ano passado, o Le Butcherettes lançou sua última produção, “Cry Is for the Flies”, onde Teri descreve sua experiência e a de sua família durante a ida do México para Los Angeles, em 2012.

Com sua mistura de punk, garage, rock & roll e performances que incluem sangue artificial, farinha, ovos e até cabeças de porco reais, a banda tem se dado muito bem na cena indie mexicana e em grande parte da América Latina e EUA. Andaram abrindo os shows da grupo The Dead Weather, do Jack White, pelo México. Atualmente Omar é, apenas, membro oficial do Le Butcherettes.

Recentemente Teri e banda lançaram no site lebutcherettes.net um single chamado “Solo Soy Pueblo (llanto)“, em homenagem aos seis estudantes mexicanos mortos em escola rural no ano passado em Ayotzinapa, em crime ligado ao envolvimento do narcotráfico com políticos, aonde Teri canta em espanhol mostrando por que é considerada atualmente a “Rainha Mexicana do barulho”.

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E tem mais: em 2012, na cidade de El Paso, no Texas, Teri junto a Omar formaram a banda Bosnian Rainbows, durante o hiato que o Omar fez com seu grupo, o Mars Volta. Em 2013, lançaram o disco homônimo, com destaque para a faixa “Turtle Neck “

Aqui, abaixo, uma performance da banda no estúdio Clouds Hill na cidade de Hamburgo, Alemanha, onde foi gravado o disco.

Por último, a garota ainda teve tempo de criar uma terceira banda. Desta vez um supergrupo chamado Kimono Kult , com Omar (claro) e o ex-RHCP John Frusciante.
Ano passado, o trio lançou o EP de quatro músicas chamado “Hiding in the Light”, pelo selo Neurotic Yell Records. Segundo eles mesmos, a banda tem influências de electro, dub, afro-beat, avant-freak e “jazz-like conversations of instrumental ecstasy”, este último conceito a cara do Frusciante, hehe. E toda essa mistura com a Teri cantando só em espanhol.

Numa entrevista dpara a “Rolling Stone” americana, ela disse que cantando em espanhol há muito mais coisas para explorar, como a pronúncia e os significados. “Cantores da língua espanhola são rigorosos com as regras tácitas, aproximei-me a minha língua-mãe como se eu fosse um alienígena do espaço exterior. Essa era a mentalidade.”

Vale muito a pena conhecer algumas das três bandas da Teri, ou as três. Quem sabe algum dia ela vem ao Brasil com alguma delas.

Hasta La Próxima!!

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