Popload na Copa. O indie-pop na Rússia, Parte 2: t.A.T.u. quem?

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Prazer, esta é a Monetochka
Prazer, esta é a Monetochka

* Das mãos do escriba Eduardo Palandi, o correspondente Popload no Distrito Federal, sai a Parte 2 do que é relevante no indie e no pop da Rússia, terra que um dia nos ofereceu as t.A.T.u. cantando Smiths. Clima de Copa, amigo. Palandi esteve em Sochi, no ano passado, e por lá conviveu um pouco com essa cultura pop um tanto complexa. A Parte 1 desta série está aqui.

** A música que a Popload mais ouviu enquanto esteve na Rússia, em outubro passado, foi essa aqui, da dupla ucraniana Estradarada (excelente nome para um movimento de caminhoneiros grevistas, não acha?):

É um house normal, mas tinha um efeito inacreditável sobre a molecada em Sochi: todo mundo dançando nas festas, galeras se aglomerando em torno de celulares para ouvi-la na calçada, com a conexão ruim local (e direto do Youtube ou baixado à moda antiga, já que o Spotify não está disponível na Rússia). Apesar de o Estradarada ser ucraniano, a letra é em russo e conta a história de um playboy chamado Vítor, que não pode esperar por nada e quer tudo na mão. O refrão, que diz “parem tudo! parem tudo! o Vitor precisa sair!”, é infecto-contagiante, no nível de “Havana”, da Camila Cabello.

** Voltando um pouco no tempo, na segunda metade da década passada, o pop “clássico” russo começou a dar sinais de cansaço. Dois nomes se destacaram na renovação: um deles, o rapper Basta – de Rostov, onde o Brasil estreou. Depois de um início de carreira totalmente thug life, o cara, que é embaixador da Copa, baixou a bola (sem trocadilho): hoje é totalmente família e faz um som menos agressivo:

** O furacão Svitlana Loboda, uma Shakira ucraniana, foi a outra face da renovação do pop russo. Não é nada alternativo, mas não dá para ignorar (e as músicas ficam na cabeça):

** No outro extremo da coisa, fora do mainstream, a “nova” cena russa voltou a pirar no pós-punk, numa nova coldwave, com trocadilho meteorológico. O Super Besse, de Minsk, Bielorússia, é o lider da bad vibe por aquela região:

** Tem também a dupla Zimne, de Murmansk (procure essa no mapa, para você ter uma ideia da coisa), um lance meio Joanna Newson com trip-hop:

** Vivendo entre o alternativo e o teen pop, a cantora Monetochka (“moedinha”), de Ecaterimburgo, é, provavelmente, o nome mais legal da atual cena russa, cheia de meninas talentosas:

** Seu lance é mais para o eletrônico? Gosta do Stromae e acha que o Miike Snow demora muito entre um disco e outro? Da Ucrânia vem a resposta, sob o nome de Ivan Dorn:

** Ainda na Ucrânia, tem a Luna, uma Lana Del Rey local. Quer dizer, com a diferença de que não fuma, não bebe, é casada e tem filho.

** Finalmente, informação relevante para quem lembra da dupla t.A.t.U: a molecada russa não está nem aí para as duas, que acabaram, voltaram, acabaram de novo e, agora, voltaram de novo. Suas músicas não tocaram nas festas em que a Popload esteve em Sochi e, quando perguntados sobre a dupla, os adolescentes russos respondiam “não gosto” ou “ah, isso é antigo”…

tatu

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*** Colaboraram Olga Demyanchuk, Guilherme Schneider, Ruan Nunes e uma galera russa da Rosatom Brasil

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Postado por Lucio Ribeiro   dia 05/07/2018
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