Sentimentos alegres e tristes típicos de Copa do Mundo à parte, a espetacular noite da cerimônia do Oscar, neste domingo, em Hollywood, serviu para consagrar o indie. No cinema e, sim, na música.
O ótimo “Anora”, que ganhou cinco Oscars incluindo melhor filme e melhor atriz (aaaaaah!) para a incrível Mikey Madison, 25 anos, viu seu diretor, roteirista, editor e produtor Sean Baker ser amplamente consagrado.
Sean Baker, o melhor diretor na 97ª edição do principal prêmio do cinema, transformou em premiadíssimo um filme que custou apenas 6 milhões de dólares e teve 40 pessoas trabalhando, incluindo todos os atores e figurantes. E enfrentou filmes enormes.
Em seu discurso de “campeão”, Baker pediu ajuda para os cinemas e os filmes independentes: “Numa época em que o mundo está tão dividido [nas idéias políticas], ir ao cinema está mais importante que nunca. Pode ser uma experiência social, comunitária, que você simplesmente não tem em casa.”
Mas causou mesmo surpresa quando descobrimos que, quando o filmão “Brutalista” foi anunciado como o vencedor do Oscar de Trilha Sonora Original, quem levantou pra receber a estatueta e fazer o discurso foi o autor Daniel Blumberg (foto abaixo).
Blumberg fez parte como guitarrista e vocalista da hoje extinta banda indie inglesa Yuck, certo nome badalado na cena alternativa do começo dos anos 2010, tanto que foram atração do primeiro Popload Festival, a edição de 2013 que teve a banda The XX como headliner.
Mas Blumberg não veio a São Paulo naquele final do ano. Já havia saído do Yuck no comecinho de 2013 para se dedicar a seus outros vários e diferentes projetos musicais. No fim, deu no que deu. O Yuck acabou em 2021 e Daniel Blumberg acabou com um Oscar, agora.
Foi realmente um Oscar indie, o deste ano.