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* O never-stop Dave Grohl não é judeu, mas resolveu celebrar o Hanukkah, a festa judaica das luzes, fazendo covers legais, todos os dias desde o dia 10, até o dia 18.
Ele se juntou ao amigo Greg Kurstin, grande produtor e compositor famozaço que serve a gente como Adele, Paul McCartney e SIA, por exemplo, esse sim judeu, para desempenhar em vídeo, os dois, músicas famosas de artistas e bandas judias de destaque, nessa comemoração da vitória da luz sobre a escuridão, para definirmos de um modo simples essa festa religiosa.
Já foram quatro dessas covers, sempre com Dave Grohl na bateria e cantando, enquanto Greg Kurstin tira os demais sons de seu synth, cujos vídeos estão sendo postados no canal do Foo Fighters no Youtube.
A primeira foi para “Sabotage”, fenomenal hit dos extinto grupo nova-iorquino Beastie Boys. A segunda, para a chamada “night two”, Grohl e Kurstin desempenharam do jeito deles o su-ce-sso “Hotline Bling”, do rapper canadense superstar Drake. Ficou demais dentre dessa retomada absurda do rap-rock a que estamos assistindo. Na noite três, sábado, a dupla mandou um tributo a “Mississippi Queen”, clássico do Mountain, banda americana de rock dos anos 70.
Tudo muito bom, tudo muito bem, os vídeos são ótimos, bem filmados, espertíssimos. Mas aí chegamos à “Night Four”, ontem à noite, quando foi postado a cover deles para a histórica “Fuck the Pain Away”, da eternamente explosiva Peaches, e aí mexeu com a gente mais do que as outras.
Primeiro porque Peaches é foda. Depois porque “Fuck the Pain Away” nos fala ao coração por ser de uma época maravilhosa das nossas vidas, o começo dos anos 2000. E porque a Peaches, ela-mesmo, participou do vídeo (veja a foto acima dela com Grohl em tela dividida).
“Fuck the Pain Away”, cujo refrão é a repetição do nome da música por mil vezes, é o grande hit dessa performer porra-loka, canadense e judia, cuja passagem pela cena americana ainda nos revelou seu talento de artista visual e produtora.
Peaches foi famosa num certo período lindo que a gente costuma delimitar como o do novo rock, Strokes bombando a garagem para fora do subterrâneo, White Stripes trazendo cores para as nossas existências.
O caso específico, de “Fuck the Pain Away”, foi marcante demais porque na época essa canção doida foi se misturar a bandas dance-punk de Nova York como LCD Soundsystem e Rapture para levar barulho às pistas de dança e animar festinhas indies mundo a fora, chacoalhar festivais iniciantes tipo um tal de South by Southwest ou um certo Coachella, participar de filmes maravilhosos do período tipo “Lost in Translation” (Sofia Coppola, Scarlett Johansson, Bill Murray) e fazer parte de trilhas sonoras de séries de TV e desenhos tipo “South Park”.
O Thom Yorke disse que fez “15 Step”, musicaça do “In Rainbows” (2007), inspirado em “Fuck the Pain Away”. Um clube na agitada Brighton, na Inglaterra, tem o mesmo nome do hit da Peaches. O recente e bem falado “Handsmaid’s Tale” (2017) botou a música em sua história e por aí vai.
E agora vai lá o senhor Dave, com o parceiro Greg, chamando a própria Peaches, sentar na bateria e fazer sua versão maravilhosa de “Fuck the Pain Away”.
Dave Grohl é over, ok, mas sabe se fazer essencial às vezes.
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Abaixo, o restante do projeto doido e judeu de Dave Grohl e Greg Kurstin para o Hanukkah, mexendo com Beastie Boys, Drake e Mountain. Como vai até o dia 18 ainda, estamos aqui de olho para trazer as melhores. Mas, depois dessa da Peaches, vai ser difícil superar.
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