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* Era uma vez um músico e produtor australiano que apareceu nessa linda intersecção da eletrônica cool com o indie que a gente gosta. O ano era 2011/2012. O cara chamava Chet Faker, obviamente uma zoeira adaptada do jazzista Chet Baker, mas que tinha lá seu sentido. Chet, o Faker, tinha uma voz deliciosa e cabia lindo em pistas de danças, dos clubinhos de rock às electropistas mais fervidas por seus remixes cabulosos. Por ser um ruivão boa pinta e fazer uma música à época extraordinária, Chet Faker deu até o nome do meu gato amarelo, o Chet. Enfim.
Tempos depois, no apogeu do seu talento combinado com a adoração midiática em torno de seu nome, Chet Faker resolveu mudar de nome artístico e optou por seguir com o de seu batismo, Nick Murphy. Não rolou. Chet Faker, como entidade sonora, meio que desapareceu, murchou, e Nick Murphy não decolou como Nick Murphy.
No ano passado, lá por outubro, em meio ao mundo em suspensão, Chet Faker voltou. E lançou um belo single de recomeço, “Low”, um pouco melancólica, mas que serviu de “aviso aos povos musicais”: he is back.
Hoje, Chet Faker, para alegria do meu gato, firma sua ressurreição de nome e talento lançando o segundo single desta nova-velha fase, a deliciosa “Get High”, pianinho classe, batida certeira, “gingado” funk australiano solar bem servido para a indefectível voz de Chet Faker brilhar até nos momentos de seu falsetinho famoso. Uma beleza. O groove soul cool (não fazer outros usos interpretativos da frase, pfv) de Chet Faker reluz novamente.
“Get High”, digamos a segunda música de Chet Faker em cinco anos e primeiro lançamento dele em 2021, vem com um vídeo artsy, segundo o informe com a ideia de transformar Chet Faker num pastiche de pinturas, cores e texturas.
“Às vezes, você só precisa de uma pausa. Me pego querendo fugir, só por um curto período, e a música meio que surgiu espontaneamente”, revelou Nick Murphy. Nick Murphy não. Chet Faker.
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* A foto de Chet Faker deste post é de autoria de Jelani Roberts.
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