TOP 50 DA CENA – Em ranking total 2021, o domínio é delas: Jadsa, Giovanna Moraes e Sophia Chablau assumem o top e devem ficar ali por algum tempo, parece

TOP 50 DA CENA – Em ranking total 2021, o domínio é delas: Jadsa, Giovanna Moraes e Sophia Chablau assumem o top e devem ficar ali por algum tempo, parece Foto: divulgação

1 - cenatopo19

* A gente tem trabalhado muito escavando esta CENA, andamos reparando por aqui. Estamos no final das águas de março ainda (ainda?) e em nossa busca semanal por música nova já encontramos mais de 50 músicas de 2021 que merecem sua atenção. Sim, se a gente não está equivocado, pela primeira vez em 2021 temos um TOP 50 com 100% das músicas feitas neste ano. Quando a gente fala que a CENA brasileira não está de brincadeira, é fato. Não é opinião, não.

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1 – Jadsa – “Sem Edição” (Estreia)
A gente escreveu um tanto sobre o novo álbum da guitarrista baiana Jadsa, “Olho de Vidro”. Por aqui, desta vez, deste disco rico a gente destaca “Sem Edição”, um som que troca ideia com muito do que a gente comenta no texto, especialmente a capacidade de Jadsa de colocar muitas perspectivas na mesma conversa. Por aqui, Gal e Tulipa Ruiz interagem de igual para igual enquanto a música vem em forma de um mantra que cresce e acelera, uma brincadeira em um jazz que orgulharia João Gilberto e Itamar Assumpção, o grande homenageado do álbum.

2 – Giovanna Moraes – “Boogarins’ Are You Crazy?” (Estreia)
Outro disco de camadas, umas claras de primeira ouvida e outras que vêm de encontro a você conforme o tempo de saboreá-lo vai se intensificando, é “III”, lançamento recente da multiartista paulistana Giovanna Moraes. Aqui, uma sagacidade sua foi premiada aqui. Os Boogarins deram a sopa de largar um instrumental em seu álbum de sobras e a Giovanna foi lá e meteu uma letra sua. Agora a música é bem dela.

3 – Sophia Chablau e uma Enorme Perda de Tempo – “Delícia/Lúxuria” (Estreia)
Potente o encontro da banda indie paulistana com a produção da carioca Ana Frango Elétrico. Nada a ver, mas tuuuudo a ver. É especial o quanto no momento mais pop da música o instrumental fica ainda ainda mais doido. Talvez seja isso que estamos precisando.

4 – FBC – “Gameleira” (Estreia)
O rapper mineiro Fabiano Soares, o FBC, impressiona com sua consciência fora dos padrões sobre o rolê todo. Consciência do hip hop em si, do cotidiano (seu e nosso), da política e da comunicação nas redes. Desse seu novo EP, produzido pelo VHOOR, a gente destaca, entre tantos bons momentos, esse hip hop atabacado de reflexão sobre tradições, tanto na letra quanto no beat.

5 – Rico Dalasam – “Última Vez” (Estreia)
Este é o terceiro som do novo álbum do Rico Dalasam que a gente coloca aqui no top 50. Já abordamos uma das canções mais políticas do disco, a mais radiofônica e agora uma mais sobre relacionamento interracial, onde um lado não assume o outro, em um dos desdobramentos que seguem sendo abordados em outras músicas, como “Brailler” e “Mudou Como?”.

6 – YMA – “White Peacock” (Estreia)
Agora “White Peacock”, lançada como single no final de 2020, não é só aquele som da YMA com um solo de sax fora de série, mas é também um single dela com um dos vídeos mais bem produzidos do ano. Uma história circular meio amalucada e muito bem filmada, produção lindona mesmo. Yma is back. Será?

7 – Frank Jorge e Kassin – “Tô Negativado” (Estreia)
Professor do indie brasileiro, a lenda gaúcha Frank Jorge aparece aqui em companhia do produtor carioca Kassin. Um encontro que deu jogo. “Nunca Fomos Tão Lindos” concentra o balanço pop de Frank entre sua marcada jovem-guarda e sua guinada forte ao tecnobrega com as invencionices sonoras de Kassin.

8 – Mbé – “Aos Meus” (1)
A gente ficou chapado ao entrar em contato com o trabalho de Luan Correia, o produtor, pesquisador e engenheiro de som carioca, da Rocinha, que funciona aqui como Mbé, palavra que em yorubá significa “ser” e “existir”. Seu experimentalismo, como ele diz, surge da necessidade de significações para a vida negra, mas deixando de lado o sentimento da marginalização e subalternidade social. Ou seja, o experimentalismo aqui é por uma vida, muito além das limitações da música experimental. Entre recortes, samples, Mbé busca novos horizontes no experimentalismo. Na faixa de abertura, repare no quanto é dito em tão pouco espaço. Os recortes, as falas repetidas que são silenciadas, seguidas de uma Antônio Abujamra que dão devido contexto. Tudo está dito e em apenas 46 segundos. Que convite ao álbum. Vai nessa.

9 – Giovanna Moraes – “Tudo Bem?” (2)
Olha ela de novo. Um amigo gringo nosso, ao ouvir “III”, o novo disco de Giovanna Moraes, comentou que este som específico, “Tudo Bem?”, o lembrava uma pegada Portishead, sons meio enigmáticos embalando voz que alterna momentos de (des)controle emocional. A gente primeiro soltou um “whaaaat?”, mas depois foi escutar mais uma vez com essa referência bonita em mente e não é que tem algum sentido? Podemos estar enganados, mas à medida que a canção cresce Giovanna vai cantando mais entorpecida, um pouco bêbada, e acaba a música repetindo, já total entregue, as mesmas coisas que disse no começo. Como se ela fosse dormir daí, esgotada, depois de a canção encerrada. Nessas, esse (des)controle de emoções dentro de uma música, típico de Giovanna, não só o ato de estar cantando uma letra, remete a Fiona Apple. Que especial, tudo.

10 – Rico Dalasam – “Estrangeiro” (3)
Olha ele de novo. Este disco do Rico… A gente emplacou um terceiro som dele ali em cima, porque merece. A predileta da semana passada era a radiofônica “Estrangeiro”, uma das favoritas dos fãs e um dos hits do disco. Que se mantém aqui, gloriosa, nas “dez mais”. Mas olha o 11º lugar?

11 – Rico Dalasam – “Expresso Sudamericah” (4)
12 – Jadsa – “Lian” (5)
13 – Djonga – “Eu” (6)
14 – Lupe de Lupe – “Cabo Frio” (7)
15 – LEALL – “Pedro Bala” (8)
16 – Barro e Luísa e os Alquimistas – “De Novo” (9)
17 – Felipe Ret – “F* F* M*” (10)
18 – Jadsa – “Raio de Sol” (11)
19 – BNegão – “Salve 2 (Ribuliço Riddim)” (12)
20 – Vanessa Krongold – “Dois e Dois” (13)
21 – Ale Sater – “Peu” (14)
22 – Jupiter Apple – “AJ1” (15)
23 – Apeles – “Eu Tenho Medo do Silêncio” (16)
24 – Lupe de Lupe – “Goiânia” (17)
25 – Rohmanelli – “Viúvo” (18)
26 – Boogarins -“Far and Safe” (19)
27 – Rincon Sapiência – “Som do Palmeiras” (20)
28 – Monna Brutal – “Neurose” (21)
29 – Luna França – “Terapia” (22)
30 – Yannick Hara – “Antidepressivos” (23)
31 – Ale Sater – “Nós” (24)
32 – Jadsa – “A Ginga do Nêgo” (25)
33 – Sessa – “Grandeza” (26)
34 – Artur Ribeiro – “Fragmentação” (27)
35 – Garotas Suecas – “Tudo Bem” (29)
36 – Winter – “Violet Blue” (30)
37 – Pluma – “Mais do Que Eu Sei Falar” (31)
38 – Tagore – “Tatu” (32)
39 – Kill Moves – “Perfect Pitch” (33)
40 – DJ Grace Kelly – “PPK” (34)
41 – Jamés Ventura – “Ser Humano” (35)
42 – Edgar – “Prêmio Nobel” (39)
43 – Jup do Bairro – “O Corre” e “O Corre” (Bixurdia Remix) (40)
44 – BK – “Mudando o Jogo” (41)
45 – Antônio Neves e Ana Frango Elétrico – “Luz Negra” (42)
46 – BaianaSystem e BNegão – “Reza Forte” (43)
47 – Zé Manoel – “Saudade da Saudade” (45)
48 – Gustavo Bertoni e Apeles – “Ricochet” (46)
49 – Kamau – “Nada… De novo” (48)
50 – Letrux – “Dorme Com Essa (Delirei)” (49)

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* Entre parênteses está a colocação da música na semana anterior. Ou aviso de nova entrada no Top 50.
** Na vinheta do Top 50, a cantora e guitarrista baiana Jadsa.
*** Este ranking é pensado e editado por Lúcio Ribeiro e Vinícius Felix. Com uma pequena ajuda de nossos amigos, claro.

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Postado por Lucio Ribeiro   dia 31/03/2021
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