Top 10 Gringo: Semana da mulher tem a St. Vincent em primeirão e a girl in red na cola. Bonito. Kings of Leon pede bom espaço e o Drake chega mansinho

Top 10 Gringo: Semana da mulher tem a St. Vincent em primeirão e a girl in red na cola. Bonito. Kings of Leon pede bom espaço e o Drake chega mansinho Foto: divulgação

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* Semaninha boa lá fora, no agito dos lançamentos musicais, com reflexo direto no nosso top 10 internacional. Tem a St. Vincent com promessa de discão, tem a promessa girl in red cada vez mais perto de se tornar fenômeno, um retorno e tanto (e inesperado) do Kings of Leon, entre outros auês sonoros. Um mundo pop mais agitado nos cantos onde a pandemia deixa a cada dia mais de ser uma realidade, privilégio deles, incompetência nossa. E la nave va.

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1 – St. Vincent – “Pay Your Way in Pain”
St. Vincent voltou. E voltou com tudo. Gemidos acompanhados de um piano antigo, um riff sintetizado junto de uma bateria analógica. Universos misturados em uma letra sobre o preço que pagamos em dor e vergonha da nossa existência atual. Ou como explicou melhor à revista inglesa NME a própria Annie Clark: “É também sobre como não há nada que eu tenha feito na minha vida que não envolva algum tipo de luta”.
2 – girl in red – “Serotonin”
Billie Eilish europeia ainda por explodir – ou uma nova Lorde talvez -, a norueguesa Girl in Red (ou girl in red, tudo em minúsculos, um jeito significativo da nova geração de se expressar…) promete com seu álbum de estreia “if i could make it go quiet” (as minúsculas…). “Serotonin”, seu novo single, começa superindie nas guitarras e entra num quase hip hop pop (hip pop) e recebe a volta das guitarras às vezes. E tem “A LETRA” para o movimento indie-mental health que assola a música hoje, no Brasil e fora dele: “I’m burnin’ up on serotonin/ Chemical unbalance got me twisting things/ Stay blessed with medicine”. O que mais ou menos seria “Minha serotonina está bombando. O desequilíbrio químico me atrapalha toda. Fico plena com remédios”. Pesado. E leve depois dos remédios tomados.
3 – Kings of Leon – “Stormy Weather”
A gente está na turma que gostou do novo álbum do Kings of Leon. “When You See Yourself”, oitavo disco, recupera o fôlego perdido em alguns lançamentos qualquer-nota da banda nos últimos anos – onde andaram cada vez mais distantes do bom primeiro álbum e dos três seguintes que eram respeitáveis. Aqui as coisas funcionam bem. Temos boas guitarras, protagonistas, e uma bateria que vai da simplicidade de saber se fazer presente quando precisa. E um punhado de canções inspiradas, como o caso de “Stormy Weather”, que pede uma estrada, um rolê lá pelas quatro da manhã a procura de alguma coisa perdida que ninguém sabe ao certo o que é. Só quer ver se acha.
4 – No Rome, Charlie XCX e The 1975 – “Spinning”
Deu muita liga essa união entre o relativamente desconhecido No Rome e os gigantescos em popularidade (cada um na sua) Charlie XCX e The 1975. Daquelas canções que vão tocar infinitamente em qualquer rádio do mundo – das mais alternativas até as mais pops. Pegajosa demais. A Charlie comentou algo de supergrupo. A gente imagina que, se esse trio quiser lançar mais coisas juntos, não vamos reclamar.
5 – Drake – “What’s Next”
Talvez “What’s Next” não seja mais um hit nos portes que acostumamos a ver do Drake, mas é um bom som – até por ser um Drake mais rimador, um lado que de vez em quando ele deixa de lado demais e que ele sabe como poucos. E o refrão aceleradíssimo é um acerto e tanto: “I’m makin’ a change today”. Bora pro disco, Drakão.
6 – Amy Winehouse – “Valerie” (Live in London)
O disco ao vivo da Amy Winehouse que pintou nos streamings não é exatamente uma novidade – ele já rolava em DVD há um bom tempo e até em vinil. Mas ter uma acesso fácil a esse registro espetacular e no auge da Amy é algo que não dá para desprezar jamais. Um pouco antes do estouro mundial de “Back to Black”, ela está cantando tudo o que sabe, com o melhor repertório possível, banda afiada. Vale escutar todas, fomos de “Valerie” porque, além de ser maravilhosa (e na real ser uma cover do estupendo The Zutons), vale sacar a versão mais suingada que ela fazia ao vivo em relação à que está no álbum solo do Mark Ronson, o produtor-magia.
7 – Nick Cave – “Carnage”
Nick Cave em um trabalho escrito e gravado durante a pandemia, com o parceiro de tantas Warren Ellis, que começa com os versos: “There are some people trying to find out who/There are some people trying to find out why/There are some people who aren’t trying to find anything/But that kingdom in the sky”. Cave trabalha em outro patamar, como a gente gosta de dizer aqui no Brasil. E mais uma semana dele aqui no Top 10 porque, no nosso ritmo de trabalho frenético, é preciso de muito mais do que o tempo do mundo pop para sacar um Nick Cave.
8 – Julien Baker – “Faith Healer”
A expectativa boa que tínhamos quanto ao álbum de banda da Julien Baker se cumpriu. Que discão da cantora e multiinstrumentista. Nossa favorita segue, no entanto, uma que já conhecíamos enquanto single. “Faith Healer” é um tratado sobre vícios que vai além do problema do vício em drogas e avança sobre a questão do escapismo, que alguns encontram na política, na religião. Formas de lidar com a dor que talvez evitem a cura da própria quando confiamos em pessoas não muito bem intencionadas. Um musicão que prima na dinâmica, uma habilidade que já existia na obra de guitarra e voz de Julien, mas que está amplificada agora que ela é acompanhada por uma banda que pode dar mais corpo a suas ideias.
9 – Wolf Alice – “The Last Man on Earth”
Que bom é termos de volta o Wolf Alice. A banda inglesa da Ellie Rowsell chegou ainda quieta, quase, com este single, para anunciar que vem aí o terceiro álbum. “Blue Weekend” vai ser lançado no dia 11 de junho e já estamos reservando alguns lugares por aqui para suas canções, neste humilde ranking. “The Last Man on Earth”, a música, tem sequência dramática até entrar numa sinfonia à lá Beatles no final. E vale sacar o vídeo da música, simples na ideia e execução, mas ainda assim maravilhoso.
10 – Tigercub – “Stop Beating on My Heart (Like a Bass Drum)”
Banda inglesa de Brighton que sempre parece que vai “acontecer” mas não deslancha, a Tigercub tem a chance de decolar agora com seu segundo álbum. Para puxar “As Blue as Indigo”, o disco, a ótima “Stop Beating on My Heart (Like a Bass Drum)” até começa meio Alt-J brincando com os silêncios, mas depois descamba num Muse heavy metal bem bom.

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* A imagem que ilustra este post é da cantora e guitarrista St. Vincent.
** Repare na playlist. A gente inclui as 10 mais da semana, ou quase isso, mas sempre deixa todas as músicas das semanas anteriores. Pensa no panorama que isso vai dar conforme o ano for seguindo…
*** Este ranking é formulado por Lúcio Ribeiro e Vinícius Felix.

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