Popload vê o Coachella. Bad Bunny, Breeders, Underworld, Marc Rebillet

Seguimos aqui falando de selecionados shows que prestamos atenção no primeiro final de semana do Coachella Festival, que aconteceu, então, no final de semana passado em Indio, Califórnia.

Nos próximos dias, sexta-sábado-domingo, acontece de novo, mesmo line-up, mesma transmissão geral no Youtube. E daí falaremos de outras apresentações que veremos e admiramos a ponto de falar sobre.

Ontem já soltamos resenhinhas sobre os shows do Blink 182, Boygenius e Rosalía. Hoje vamos falar de…

– BAD BUNNY
Bad Bunny fez história como a primeira atração headliner latino-americana do Coachella. Lembrando que quase 70% dos residentes locais daqueles lados da Califórnia são latinos, foi um momento importante de representação. O show foi político, inclusive. Começou mostrando os diversos line-ups do festival ao longo da história, desde 1999, e culminou com o questionamento: “Esta é a primeira vez de um Benito no palco, mas será que vai ser a última?”. A seguir os hits “Tití Me Preguntó”, “Moscow Mule” e “Efecto” deram a largada na avalanche de sucessos do porto-riquenho que foi campeão das paradas mundiais com o álbum “Um Verano Sin Ti”, de 2022. Durante o show, diversos momentos que foram verdadeiras aulas sobre a música latina e o surgimento dos estilos dembow e reggaeton, muito populares em países de língua espanhola. Em um momento da apresentação, Post Malone apareceu no palco para se juntar ao amigo, em um feat. conturbado e cheio de problemas técnicos. Tanto que, puto, Bad Bunny foi pós-show às redes sociais mostrar um vídeo inédito do ensaio (abaixo) que fizeram antes, para mostrar que era para tudo ter funcionado bem no palco do Coachella. Baita show de animação, música e cultura. Que venham mais Benitos, Marias e Rosas pela frente. (DANIELA SWIDRAK)

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– BREEDERS
As Breeders se apresentaram no minúsculo palco Sonora, mas fizeram um dos shows mais divertidos de se assistir no festival – pelo menos on line. O grupo fez um apanhado geral de sua discografia, dando a devida preferência a sua obra-prima “Last Splash”. Kim Deal continua cantando bem, e a banda como um todo traz uma atitude descontraída. Os únicos pontos baixos foram as covers desajeitadas de “Happiness Is a Warm Gun” (Beatles) e, quem diria, “Gigantic”, que não fica a mesma sem as mãos dos Pixies. (FERNANDO SCOCZYNSKI FILHO)

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– UNDERWORLD
A apresentação da histórica dupla britânica no Coachella não foi só boa para quem estava lá no festival americano diante deles. Foi uma excelente notícia para os brasileiros também, especialmente cariocas e paulistas, que têm oportunidade de vê-los no mês que vem no C6 Fest. Uma das mais impressionantes armadas da música eletrônica desde que surgiram nos anos 90, ajudando o gênero a sair dos clubes para chegar às massas, o Underworld é orquestrado hoje pelos, ok, “tiozinhos” Karl Hyde (foto na home) e Rick Smith, mas cujo som impressionantemente não envelhece. Principalmente num parâmetro Coachella de misturar nomes clássicos com novidades, o Underworld, notou-se, parecia mais atual que muitas atrações que se formaram ouvindo… Underworld. Não sei exatamente como estavam os telões da tenda gigante em que eles se apresentaram lá, a Mojave, no que diz respeito à captação de imagens que o duo arquitetou no Coachella. Mas as cenas do show, em um simples cenário em que um cara fica operando a mesa de som e um outro canta e dança, era de disputar prêmio com o que a Rosalía faz. E palmas para o hit “Born Slippy”, uma música inesgotável, que apesar de ter quase 30 anos é ainda capaz de fazer chorar quem a curte. Chorar de alegria. Abaixo temos 13 segundos para mostrar. Pouco, você acha? (LÚCIO RIBEIRO)

– MARC REBILLET
Marc Rebillet é uma das melhores coisas a surgir da pandemia. Quando todo mundo estava trancado em casa, esse peculiar artista nova-iorquino ficou famoso por seus shows on-line 100% improvisados, onde Marc canta, faz loops e toca teclado. De pijama, de cueca ou “bem vestido” para ficar em casa. Sua ascensão meteórica o levou ao palco principal do Coachella. O show dele foi, no geral, muito divertido, mas não transcendeu como outras performances que já transmitiu em seu canal – algo que inevitavelmente vai acontecer em algum momento com alguém que faz tudo no improviso. O músico estava cheio de energia, como sempre, pulando pelo palco, quebrando tudo e correndo por uma passarela que aparentemente não estava disponível para os artistas do Coachella. Mas as músicas que ele improvisou ali acabaram perdendo para muita coisa genial que já fez em outros streams no passado. O curioso é que, enquanto Frank Ocean fazia seu show “flopado” e proibido de mostrar, o canal do Coachella transmitia uma reprise de Marc Rebillet. Não deixou de ser um upgrade. (FERNANDO SCOCZYNSKI FILHO)

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