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* O fuzuê foi ontem. Mas não foi no festival da Cultura Inglesa. Não foi em São Paulo, mas sim em Brasília. No mesmo horário em que os paulistanos agitavam e eram agitados no show do Franz Ferdinand no Parque, o povo de Brasília se dividia em dois grandes eventos no início da noite de ontem: noventa por cento da cidade tentava entrar no CCBB para ver e ouvir o rapper Criolo, com filas de carros se estendendo por dois quilômetros a partir do centro cultural, e dez por cento se aventurando no Eixo Monumental, onde o Little Quail, banda do undeground brasiliense da década de 90, fazia a sua “Primeira Reunião Anual”. A Popload mandou o emissário brasiliense Eduardo Palandi no segundo evento. A foto lá em cima traz o Gabriel Autoramas na sua versão Little Quail e de lá embaixo tem o Frango Kaos, do Galinha Preta. As imagens são de Bruno Bernardes.
Diz o Palandi:
“Só essa história de ‘reunião anual’ já seria inóspita o bastante, mas uma das cinco bandas que abriu pros caras fez um grande show. Do lado de fora do Museu Nacional, o Galinha Preta, grupo de hardcore da Ceilândia (cidade-satélite mais barra pesada de Brasília) tocou o terror, desafiando o som ruim e a galera de preto que não quis saber do Criolo.
Capitaneado pelo vocalista Frango (!!!), o Galinha Preta não tinha nada em seu repertório que levasse mais de um minuto e meio para ser tocado, e os nomes das músicas já são metade de suas letras: ‘Saco Plástico (É a Nova Bomba Nuclear)’, ‘Roubaram Meu Rim’, ‘Vai Trabalhar, Vagabundo’, ‘Devo e Não Nego’. Foi um show das antigas: roda de pogo, moicanos dando cascudos em desavisados, briga entre duas punkettes, todo mundo de preto. Não teve para mais ninguém, apesar do DFC ter mandado bem (e emocionado com “Molecada 666″ no bis) e da irreverência do Little Quail ter feito todo mundo ir dormir satisfeito.”
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