Cinco docs musicais para ver na reta final do festival In-Edit Brasil

Vai até domingo, dia 26, o sempre incrível Festival Internacional do Documentário Musical, o In-Edit Brasil, que desde a semana passada está acontecendo em cinemas paulistanos, muitas das sessões com ingresso gratuito, e ainda com parte da programação exibida online, para abranger um alcance mais nacional, uma alternativa interessante que nasceu na parte hard da pandemia e agora inclui o fã de música e de cinema que não vive em SP.

São cerca de 60 filmes internacionais e nacionais, muitos dos quais em produções recentes. Num vasto catálogo de filmes bons, a Popload seleciona cinco docs que podem deixar sua semana bem mais musical, nestes últimos dias do festival. Indo no cinema ou vendo em casa.

direção de Jura Capela
(Brasil 2022 – 101 minutos)

Um apanhado de imagens com muito som e entrevistas sobre a pequena revolução da música jovem brasileira que aconteceu em Recife e arredores nos anos 90 e foi capitaneada pelo saudoso Chico Science. Um movimento para lá de estético vindo da periferia pobre de uma capital do Nordeste qjue atraiu o país todo, muito por causa de uma iniciante MTV Brasil. E cujos estilhaços atingiu também o cinema, moda, arte, literatura. E gerou dezenas de bandas, artistas e festivais importantes, fazendo de Recife um dos lugares mais efervescentes até hoje na cena musical brasileira.
* sábado, 25, na Cinemateca Brasileira, 20h
* dá para assistir online
.

direção de Danny Cohen
(Austrália/2021 – 83 minutos)

Delicadíssimo doc sobre a grande guitarrista indie australiana Courtney Barnett, prediletíssima desta casa e que já esteve em Popload Gig duas vezes, num outro mundo nem tão distante. É interessante e até aflitivo ver Barnett, um dos grandes nomes da música independente atual, guitarrista canhota comandando um trio tipo Kurt Cobain, viver ups e downs extremos em seu humor, mesmo rodando o mundo para fazer o que mais gosta: tocar suas belas canções. Tem passagens como numa turnê americana no inverno em que ela, momento antes de subir ao palco, fica com medo de as pessoas do lugar ficarem quietas durante a apresentação por achar sua música ruim. Que os ingressos não tenham vendido de modo satisfatório e uma produção de rádio encheu o lugar com pessoas não necessariamente interessada em seu som. Essa intimidade muitas vezes sofrida fez do doc um diário pessoal registrado em 16mm por seu amigo e cineasta Danny Cohen, única pessoa que ela deixou chegar perto dela com uma câmera. E fica clara a dificuldade dela de permitir isso. Vale muito ver.
* sábado, 25, na Cinemateca Brasileira, 18h

* dá para assistir online.

O comecinho tosco nos anos 80, a apadrinhada do Sonic Youth, a treta forte entre o guitarrista J.Mascis e o baixista Lou Barlow, dois heróis da cena indie desde sempre. A trajetória do trio Dinosaur Jr. representa direitinho os caminhos do rock alternativo americano da época das college radio até a revolução grunge e além. O Lollapalooza indie-viajante dos primórdios. A história do grande Dinosaur Jr. se confunde com os grandes momentos da música americana independente dos últimos 40 anos. Dá para ver tudo isso no filme.
* sábado, 25, na Cinemateca Brasileira, 20h

O politizado José Mao Rodrigues Jr., professor universitário e militante político, foi líder do importante Garotos Podres, banda punk anos 80 do ABC Paulista. Nada pode ser mais true que isso, num recorte temporal tão significante tanto para a nossa música quanto para a nossa política. E tudo aos olhos de hoje de Mao, sujeito distintíssimo da nossa história.
* hoje, 22, no CCSP Lima Barreto, 18h
* sexta, 24, no SPCINE Roberto Santos, 19h
* domingo, 26, na Cinemateca Brasileira, 15h

* dá para assistir online

O profeta Wayne Coyne, que há muito tempo se isolava numa bolha de plástico, nos famosos shows da maravilhosa banda americana indie-psicodélica The Flaming Lips, botou seu grupo para realizar um concerto em Oklahoma City, nos EUA, em 2020, no meio do isolamento por causa da pandemia da covid. Show este em que TODA A PLATÉIA foi encapsulada numa bolha de plástico inflável. Foi criado, então, o Space Bubble Concert, neste ano transformado em filme. Wayne e sua banda não cansam de inovar. A foto da chamada da home para este post é do filme.
* domingo, 26, no Cinesesc, 20h30

>>

MDE 1 – horizontal miolo página
TERRENO ESTRANHO: black month [horizontal interna fixo]