CENA – Vivian Kuczynski, 21 anos e currículo de veterana, toca novo álbum ao vivo hoje em Lisboa

Nesta noite, lá na Fábrica do Braço de Prata, em Lisboa, Portugal, a cantora, multiinstrumentista e badalada produtora e engenheira de mixagem brasileira Vivian Kuczynski fará a primeira apresentação ao vivo de “Copas & Estopim”, seu segundo álbum, lançado há um mês.

Vivian está em Portugal na verdade em outra de suas qualificações musicais: ela foi para trabalhar integrando a banda do cantor pop Jão, que no fim de semana passado se apresentou no Rock in Rio Lisboa. Com Jão, Vivian tem rodado o mundo. E o mundo agora, de certa forma, se abre para ela. E ela tem apenas 21 anos.

Há pouco menos de quatro anos, em 2020, Vivian Kuczynski, então aos 16 anos, faltava no cursinho em Curitiba para vir a São Paulo fazer seu primeiro show, performance ao vivo do absurdo de bom disco de estreia “Ictus”, lançado no ano anterior, quando ela tinha 15 e já frequentava firme os Top 50 da CENA aqui da Popload.

De lá para cá, já morando em SP e assinando trabalhos com Pabllo Vittar, produzindo disco da Alice Caymmi ou fazendo a produção e a mixagem da canção de abertura de novela da Globo (a das sete, “Família É Tudo”), Vivian arrumou um tempinho para lançar seu segundo trabalho, este “Copas & Estopim”, que ganha alma ao vivo hoje à noite longe do Brasil.

Para traduzir os sentimentos de relacionamentos líquidos da modernidade e a jovem vida adulta, Vivian compilou em dez canções suas muitas e intensas aventuras nos últimos anos, usando de suas excelentes habilidades em produção para mergulhar em novos arranjos e formatos.

Inclusive, para traduzir em imagens seu novo trabalho, a artista lançou um filme-conceito de seu segundo álbum na semana passada.

Quando o seu primeiro álbum, “Ictus”, foi lançado, Vivian transpôs as referências que tinha até aquele momento para as suas composições, com um estilo muito próximo ao indie e pop gringo. “Cresci ouvindo Justin Bieber, sabe?”, relembra Vivian.

Agora, alguns anos e muitos trabalhos depois, a artista e produtora traz novas referências que refletem seu momento atual.

“Nesse meio do caminho produzi um disco da Alice Caymmi e um do Bruno Capinan, e eu me apaixonei pela música brasileira. […] Em 2021, fui num show do Jards Macalé e do João Donato que eles lançaram um disco, [“Síntese do Lance” (2021)] e pensei: ‘Eu preciso fazer uma coisa assim!’. Então compus a primeira música, ‘Amor Diamante’ e todas as outras vieram desse modo.”

Com sua nova perspectiva sobre as músicas brasileira e latina, Vivian se viu no lugar de contar suas histórias mais íntimas, refletindo sobre encontros e desencontros amorosos.

Talvez para alguns abrir suas histórias mais íntimas seja assustador, mas, para Vivian, que está muito acostumada a contar as histórias dos outros quando senta na cadeira de produtora, ela encontra sua coragem no fato de que “cada um vai ter a sua interpretação”.

“Ninguém vai saber da história de verdade, e acaba sendo meio que contar as minhas assim, sem me preocupar”, diz.

Sua experiência como produtora contou mais ainda na hora de gravar os vocais, que impressionam o ouvinte despreparado por seu tom grave e profundo, mas saíram exatamente como Vivian imaginou ao compor suas canções.

E quando perguntamos sobre o impacto de sua idade em seu trabalho, Vivian respondeu com toda muita tranquilidade: “Eu acho que tem muito uma coisa de ter um desapego grande e uma liberdade para explorar coisas diferentes”.

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* As fotos de Vivian Kuczynski usadas neste post são de Ivan Nishitani.

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