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* Esta vai ser a última vez que a Popload vai usar a vinheta CENA desse jeito aí de cima. A cena nacional não vive mais o “boom”. Ela é uma realidade, além de “booms”. 2017 mostrou isso. O processo era lento mas seguro. 2017 solidificou. O ano serviu para dá-la corpo, seja através de festivais bacanas e numerosos e bem organizados e bem curados e diferentes entre si, seja pelas grandes bandas, cantores vivendo uma proporcional beatlemania, público empolgado e enchendo os lugares e as redes, produções decentíssimas próprias feitas em casa, produções em ótimos estúdios com ajuda profissional, agitadores em papeis fundamentais, intercâmbio cada vez mais vivo entre cenas estaduais e inclusive com a cena gringa, casas de shows decentíssimas e de todos os tamanhos, seja no Auditório do Ibirapuera (SP) ou na salinha do Oculto (RS).
2017 foi o ano inédito em que a Popload foi mais em festivais brasileiros do que internacionais. Visitou e retratou cenas diversas em suas particularidades, no Mapa do Rock. Buscou novas tendências de Manaus ao Rio Grande do Sul. Aliás, dá para escrever um livro só sobre a cena nova gaúcha, a quebra geracional, o novo e o velho que quase nem se conhecem, seus artífices e suas articulações, a mudança de eixo e de comportamento. Mas isso é uma outra história.
O ano de 2017 foi tão louco e variado que a lista da Popload dos dez melhores discos de 2017, na nossa humilde opinião, tem 11!!!!! Tem indie, indie-MPB, hip hop, psicodelia, showgaze, quase metal. É cantado em inglês, é cantado em português. Tem EP!!!!!! EP que foi colocado em primeiro lugar, ainda por cima. A CENA tá muito loka.
Bom, lista é lista. E aqui vai a nossa.
A gente escolheu muito o EP de cinco músicas e 20 minutos do Supervão porque ele sintetiza um estado de coisas na CENA independente que a gente acha importante. Essa mudança de foco da importante no novo rock gaúcho (já falamos sobre, logo acima), o trio ser de São Leopoldo e não de Porto Alegre, a referência da psicodelia dos moleques ser o Boogarins e não o Tame Impala, o jeitão MPB brazuca por cima da tal psicodelia ao mesmo tempo que exala um Flaming Lips em alguns momentos. E, óbvio, a qualidade das músicas, a construção do disquinho, o show ao vivo meio “arsy”. Explicado, mais ou menos?
Feliz 2018, galera. Para nós e para a CENA. Ano que vem tem mais. Stay gorgeous, stay musical.
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