CENA – Em seu novo disco “Pequena Vertigem de Amor”, Sessa entende que a vida não é só sobre fazer música

A pan-notícia indie é a seguinte: o artista paulistano Sessa, o moço aí embaixo que costuma fazer mais shows (e um certo sucesso) lá fora do que aqui dentro, lançou na última semana seu terceiro álbum, “Pequena Vertigem de Amor”, pelo selo nova-iorquino Mexican Summer. 

Sessa se consolidou mesmo, nos últimos anos, como um artista brasileiro de exportação, tendo uma carreira com mais visibilidade na Europa e nos Estados Unidos, talvez por seu estilo bem peculiar, puxado à bossa nova, um “artigo nacional” sempre bem aceito no mercado internacional.

Agora, em “Pequena Vertigem de Amor” (capa abaixo), com suas letras em muitos aspectos profundas e ao mesmo tempo cotidianas, ainda mais reforçando seu estilo neo bossa nova, Sessa quer bem mais: aumentar seu reconhecimento lá fora e cavar uma trajetória parecida aqui no Brasil.

Co-produzido por Biel Basile, com quem fundou o Estúdio Cosmo, o disco começa com a faixa “Pequena Vertigem”, que é bem estilo de Sessa, com o coro feminino ressoando sua voz e um ritmo mais lento, que vai se transformando ao longo do disco. Mas a faixa já dá sinais da evolução do artista para ooooutras experimentações, por exemplo no baixo groovado de Marcelo Cabral.

O nascimento de seu filho foi um divisor de águas e “pela primeira vez eu vi a música ocupar um lugar menos central na minha vida”, disse Sessa à Popload

A nova fase de vida, compartilhada com seu co-produtor (Basile também se tornou pai no ano passado), não só trouxe uma nova visão de mundo ao artista como também expandiu os caminhos de trabalho para os artistas.

Ao longo do disco, faixas como “Nome de Deus” e “Roupa dos Mortos” revelam uma nova vertente deste som que incorpora de forma vanguardista referências que vão de Sly Stone a Erasmo Carlos de uma forma que Sessa ainda não havia explorado em sua carreira. 

Colaboração e expansão são palavras-chave para este disco: o baixo potente de Marcelo Cabral e as participações interessantes no piano de Marcelo Maita, irmão caçula da lenda do samba jazz Amado Maita, evidenciam o processo de trocas no estúdio. 

Este é um disco que explora muito o tema da paternidade para essa geração que semeou o indie paulistano. Os meninos, que hoje são homens, dessas bandas que nasceram em festivais de escola, como Garotas Suecas e O Terno, agora vivem uma nova fase de vida no palco e fora dele. No caso do lado musical, explorando sonoridades e aproveitando a quentíssima CENA que se consolidou nos últimos 10 anos, colhando o que plantaram tempos atrás.

“Pequena Vertigem de Amor” é isso, a vida como ela é em seu cotidiano e em seu terceiro disco. Nele Sessa apresenta uma maturidade refrescante, prontinha para seguir espalhando a música brasileira pelo mundo. E, se der, sendo bem aceita e mais bem descoberta por aqui também.

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* As fotos deste post e da home são de Helena Wolfenson.

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