Top 10 Gringo – Shygirl vai pras cabeças. Um tal de Pixies brilha em segundo. Karen O bota seu Yeah Yeah Yeahs no terceirão

Novidades nos pegando de jeito nesta semana. Bandas clássicas retornando em boa fase e tudo mais. Não foi fácil elencar tudo o que a gente queria te contar agora, não. Por isso, a gente até reforça que o método ideal de curtir esta playlist é escutar ela todinha. As dez dicas musicais que encabeçam este ranking vão te fazer feliz nos próximos dias.

Com tantos artista mais conhecidos lançando coisas, a gente dá o primeiro lugar para esta tímida jovem chamada Blane Muise.  “Nymph” é seu álbum de estreia, após ficar bem popular em colaborações com artistas grandiosos – pense que ela colava com a Sophie, é parça da Arca e já agradou os ouvidos de ninguém mais ninguém menos que Rihanna. Se você é do tipo que faz cara feia para essa tendência atual de um pop que consegue ser ao mesmo tempo superestranho e provocador e acha que o hyperpop não merece atenção, tenta pelo menos provar esta “Firefly”, tentativa de Shygirl de fazer um R&B com fortes inspirações em Janet Jackson. É de um balanço irresistível.

Já bastava nossa empolgação e ansiedade com o show do Pixies que está chegando no nosso queridíssimo e aguardado Popload Festival 2022 – o primeiro depois da longa pandemia. E não é que a turma liderada por Black Francis entregou um senhor álbum poucos dias antes de seu desembarque no país e triplicou nossa expectativa? Com “Doggerel” temos um discaço de uma lenda do indie – pegue por exemplo a divertida e bem-humorada, nos termos do Pixies, “Nomatterday” e seus diversos moods. “Doggerel” tem muitas traduções e uma delas é que seria um tipo de verso torto, meio sem rima, para produzir efeito cômico. Isso de tirar as coisas do lugar para causar um efeito é uma tradução boa para o som do Pixies, seja lá no final dos anos 80, seja agora. 

E por falar em bandas clássicas em ótima forma já dá para lançar os nova-iorquinos do Yeah Yeah Yeahs nessa categoria? Gostamos bem do novo álbum deles, “Cool It Down”. Foram quase dez anos sem novidades, mas músicas como “Wolf”, com Karen O entregando seu vocal como se os anos não tivessem passado, coloca a gente em uma pista de rock – poderia ser 2005, fácil aqui. 

A gente vinha se empolgando semana a semana com “Fossora”, né? Agora, com o álbum novo da islandesa completo em mãos, temos a confirmação de cada expectativa criada. Mais um discaço da semana. “Fossora” é o resultado de uma busca de Björk por raízes como metáfora do tempo que o mundo ficou entocado em casa, parado, como se criasse raízes, de fato. Por isso ela investiga sua própria história, sua visão do amor, da sua família. Em suas palavras, “Fossora” é também o oposto do seu álbum anterior. Se “Utopia” era mais aéreo e sem sons graves, aqui Björk vai atrás dos graves sumidos, do baixo, do chão – e nos lugares menos convencionais possíveis. Trocando em miúdos, “deixa baixo, deixa baixo”, como já cantaram antes. 

Lançado no comecinho deste ano, “Melt My Eyez See Your Future” é um discaço do jovem rapper norte-americano Denzel Curry.. Pelo brilhantismo do instrumental, pela sacada das letras de apelo universal _ a gente fala tanto do indie mental-health, existe aqui um hip-hop mental health. Na versão especial do disco, recém-lançada, a sacada de pegar parte do repertório e reproduzir com banda ao vivo em um take só traz uma grandiosidade para a proposta. E a inédita “Larger than Life” parece confirmar ainda mais uma sonoridade que vai por um caminho já conhecido, na boa mistura de soul, jazz e hip-hop, mas encontra um feeling muito particular em letras muito sinceras e sem mistérios, daquelas que vão direto na emoção mesmo.   

Quando o emo já estava em uma certa baixa, o Paramore já tinha se reinventado como uma banda de sonoridade mais diversa. Agora que o gênero voltou a ser valorizado em um revival lento e gradual, então… Essa pegada meio Blondie via Bloc Party pode seduzir quem nunca deu moral para a turma de Hayley Williams. E um plus: vale dar uma sacada na série “Everything Is Emo”, especial radiofônico que Hayley produziu para a BBC. Pode mudar sua cabeça sobre o gênero e suas dimensões. E vamos ver o Paramore ao vivo no ano que vem. Vem! 

E os ingleses do Arctic Monkeys seguem dando pistas do que vem por aí no seu sétimo álbum, “The Car”. “Body Paint” segue na toada mais adulta da banda, tanto no instrumental descolado, meio jazz, meio soft com rock, quanto na letra, uma daquelas de sofrimento intenso pelas mentiras de um relacionamento. Parece ser, no geral, uma continuação melhorada do “Tranquility Base Hotel & Casino”. Aqui em “Body Paint” Alex Turner brilha aqui duas vezes: no vocal com direito a falsete e no solo de guitarra lindo, especialmente para quem sentia falta desses momentos nas músicas recentes da banda. 

Semana passada, falamos bastante da Santigold e achamos que ela merece ser destaque mais uma vez com seu poderoso álbum, “Spirituals”. A gente pinça agora a faixa “Fall First”, muito pelo seu vídeo delicioso e supernoventista, colocando Santigold no papel de líder de uma banda de rock – aproveitando de maneira genial que esta faixa é um pouco distante do resto do disco ao ser um momento mais banda – baixo ultradistorcido, guitarra, bateria e basta.  

E por falar em vídeo que faz a gente voltar a um disco, recuperamos aqui o bom “Mahal”, do querido Toro Y Moi, que ganhou um vídeo muito engraçado envolvendo a virada do século, que é o tema do ano. Boa para tocar em bailinhos de fim de ano. One more, one more… Se a gente for o DJ da noite, já emendamos com “One More Time”, do Daft Punk. Combinam. 

Pega o flow do Freddie Gibbs. Gente, é uma pedrada. E seu álbum, “$oul $old Separately” tem toda essa vibe do começo ao fim. Para quebrar a onda, a gente indica justamente um momento de inflexão no disco que também é bem interessante: esta balançada “Fell No Pain”.


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* Na vinheta do Top 10, a rapper e cantora inglesa Shygirl.
** Este ranking é pensado e editado por Lúcio Ribeiro e Vinícius Felix.

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