Top 10 Gringo- Todo mundo em primeiro: YYYs, Pixies, Phoenix, Dry Cleaning, Angel Olsen, Automatic…

Esta parece ser a temporada dos comebacks inesperados (ou quase isso). Temos de volta bandas que estão na ativa, mas meio sumidas, como a Big Joanie. Temos os eternos e “nossos” Pixies, sempre no gás, com música nova. E ainda umas que não davam as caras há um bom tempinho, como o Phoenix (que lançou seu último álbum em 2017) e os Yeah Yeah Yeahs (que não mostrava nada desde 2013!!!). Temos o Liam bem nas paradas, a Angel Olsen matadora, a nova incrível do Dry Cleaning. Essa revelação absurda que é a Gretel Hanlyn. As californianas da Automatic. Como a gente sempre diz que a ordem do nosso ranking é mais figurativa e pela qualidade das novidades, baixamos o decreto: todo mundo em primeiro nesta semana! 

Uma das nossas bandas favoritas neste mundo está de volta! Depois de um intervalo monstruoso: o trio nova-iorquino não lança um álbum novo desde 2013! A vocalista Karen O não deu muitas explicações sobre tal sumiço. Era uma questão de flow das ideias, como ela resumiu em um texto para a imprensa. Agora tudo está em ordem, parece. E esse single prova isso. Maravilha. E traz a insóllita porém perfeita participação vocal do canadense Perfume Genius.

Pixies é Pixies. E a gente sempre vai defender uma das nossas mais queridas bandas ever. Nossa e do saudoso Kurt Cobain, também. Pode não ser o single mais inovador do mundo, mas é sempre bom saber que vem por aí um novo disco do grupo de Boston que lá atrás ajudou a botar em ordem e num lugar bem legal a música que a gente costuma ouvir hoje. Atenção para os próximos meses, que logo vem por aí “Doggerel”, o álbum, em setembro. E, em outubro, já sabe..

Música nova que não tem nem dois minutos de duração, o incrível quarteto inglês Dry Cleaning já aponta para seu segundo álbum, depois da explosiva estreia com “New Long Leg”, do ano passado. Aqui, a especialíssima faladeira (ou vocalista, para alguns) Florence Shaw até experimenta… cantar. Os caminhos para os quais a guitarra do Dry Cleaning leva realmente é demais.

Atenção ainda para a bela Gretel Hänlyn, de Londres. A cantora, supernovinha a ponto de só agora estar saindo de casa para a night, já que pegou a pandemia aos 17 anos, é uma das fortes promessas britânicas. Apesar de “reclusa”, seu EP “Slugeye”, parece pensar nas pistas. Tanto que uma de suas intenções com hits como “Motorbike” é devolver para as baladas um pouco das guitarras que ela julga terem sumido da música pop. Pelo tanto que a música ainda circulando nas rádios desde o comecinho do ano parece que ela tem algo a dizer mesmo. 

Após abrir o jogo sobre sua sexualidade e passar um período dolorido após a perda dos pais, Angel Olsen fez um álbum voltando à sonoridade country lascada, abordando um pouco dos tópicos que esses dois momentos de sua vida despertam. “Big Time”, faixa-título do disco novo, é sobre o que deixamos para trás, não sem dor, para poder ficar melhor com nós e com o mundo. 

Outra de nossas bandas queridas que voltaram, o trio punk inglês Big Joanie, formado por Stephanie Phillips, Estella Adeyeri e Chardine Taylor-Stone, que tem a manha de tocar com suas integrantes alinhadas no palco, dando uma centralidade à bateria, chega com um single que fala sobre superar a depressão. De acordo com Stephanie, a música nasceu antes da pandemia e vem da sua técnica para escapar das baixas: “Eu gosto da ideia de cantar ‘Vou me sentir bem’ e depois esperar que isso eventualmente mude as coisas”. Em questão de som tem algo de Nirvana aqui, nas repetições dos versos curtos, na sujeira que remete a coisas do “Bleach” e até a sutil guitarra ecoando no final. Uma beleza. 

Efeito de ver o Liam ao vivo? Ainda mais na “mágica” Knebworth? Talvez… Mas é fato de que seu novo trabalho, “C’MON YOU KNOW” não é fraco, não. “Diamond in the Dark” tem um leve clima do Arctic Monkeys na fase “AM”, um remelexo até um tanto quanto incomum na obra do Liam. Agrada, viu. Alguém viu a opinião do Noel por aí?

Captamos o som das Automatic na Inglaterra, mas a banda é da ensolarada Califórnia e remete muito ao som de outra lenda local, as Go-Go’s, trio de garotas que sacudiu a cena nos anos 70. Aspecto foda da banda? Estamos falando de um trio roqueiro sem guitarra: a formação da banda é sintetizador, baixo e bateria. Digamos que não faz falta, além de dar outra densidade para o som da banda. 

Os suecos do Viagra Boys vão dando aos poucos pistas de seu novo álbum, “Cave World”, que chega em julho, tempo suficiente para esquentar a apresentação que a banda fará no Brasil no Primavera Sound de São Paulo. “Punk Rock Loser” vai de bom humor para criar uma figura que se acha muito melhor que qualquer loser punk, mas que aos poucos vai ser revelando um grande mala sem alça, para usar uma palavra gentil. 

E os franceses do Phoenix retornam de um hiato de quase dois anos, se considerarmos o single mais recente lançado para um filme de Sofia Coppola. Se pensarmos em disco, eles não soltam nada desde 2017. “Alpha Zulu”, que fala sobre religião, ainda que não entregue muito ao ser tão enigmática, é mais para a eletrônica do que para o rock – duas vertentes que o Phoenix sempre tenta administrar por sua carreira. Vamos ver para que lado a bola cai quando sair o novo álbum.

* A imagem que ilustra a vinheta do nosso ranking internacional é da banda nova-iorquina Yeah Yeah Yeahs. O crédito da foto é de David Black.

** Este ranking é formulado por Lúcio Ribeiro e Vinícius Felix.

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