Top 10 Gringo – Só os fera. Foo Fighters (de novo), Noel Gallagher e Bob Dylan formam o pódio da semana

E, numa semana de grandes lançamentos, o Foo Fighters segue no topo da nossa lista fazendo par só com Noel Gallagher – sim, somos da turma que não rechaçou o álbum do inglês. E a surpresa: o velho Dylan fechando o pódio! E nossa playlist do ano já tem as 200 músicas mais importantes de 2023 e nem chegamos à metade dele ainda. Estamos quase, mas já bem representados sonoramente.

“But Here We Are”, décimo primeiro disco do Foo Fighters, será para os fãs um dos grandes álbuns da banda de Dave Grohl. Tanto pelo peso histórico quanto pela carga emocional impressa nas músicas. Parte da crítica lê o disco como um momento marcante do Foo Fighters em muito tempo de vacas magras. Para nós, nem tanto ao céu, nem tanto ao chão. A emoção corre visível por cada letra e pela dinâmica quente das canções, todas básicas, puro coração. Em especial, o disco cresce a cada audição, ainda que resvale por demais em lugares-comuns da banda. Mas tudo indica que algumas vieram para ficar, como a bela “Show Me How”, que traz um doce backing vocal da filha de Grohl, a Violet, e reapresenta Dave na bateria da banda, levando tudo com uma habilidade impressionante – repare em como o chimbal da música acentua a melodia.  

É preciso muito mau humor para ficar de mal com o suave novo álbum do Noel Gallagher e seu High Flying Birds. “Council Skies”, sua quarta jornada solo, é um momento inspirado de Noel. É um álbum muito baseado nos momentos mais acústicos de sua carreira e no seu lado mais suingado e atento aos graves – ao modo inglês de ser, lógico. Não tem momento para guitarra muito alta, o destaque são os refrões grandiosos e orquestrações. Em três faixas, Johnny Marr, ex-Smiths, dá as caras, como na solar “Council Skies”. Gostamos.  

Bob Dylan é Bob Dylan. Então valorizemos o novo ao vivo do mestre. “Shadow Kingdom” é o registro da apresentação que Dylan lançou como live na época da pandemia. São versões inspiradas de muitos de seus clássicos, sempre com aquele jeitinho dylanesco de mover os arranjos para longe das versões originais. 

E falando em Dylan… O Vampire Weekend lançou nesta semana um cover de 10 minutos para o clássico do Dylan. É uma versão ao vivo de DEZ MINUTOS gravada em 2019. Mas nem procure por ela nos streamings. A banda abriu um clube do vinil onde soltou esse álbum ao vivo e a gente só vai encontrar ele por lá. E detalhe: são 2,5 mil cópias e lógico que já esgotou. Mas procure pela versão no YouTube, lá tem.  

Ainda dentro da linhagem do folk rock norte-americano, Shamir escreveu uma emocionante canção sobre seu blusão tricotado por ele mesmo e que serviu de casulo para enfrentar o combo de ansiedade gerado tanto pela pandemia quanto por sua decisão de parar de fumar. É o primeiro single do seu próximo álbum, que vai se chamar “Homo Anxietatem”, que pelo título promete ser uma sequência conceitual do ótimo “Heterosexuality”, lançado ano passado e que investia numa sonoridade bem mais experimental. Vamos acompanhar.  

Fica para 8 de setembro o aguardado disco de estreia da Romy, integrante do famoso trio The XX. “Mid Air” promete produções de Romy com nomões na linha de Fred again.., Stuart Price e seu parça de outras aventuras Jamie XX. Sobre o álbum, ela escreveu no Instagram: “É uma coleção de canções que celebram o amor, navegando na perda e explorando a identidade. É musicalmente inspirado pela dance music, é uma carta de amor aos clubes queer que frequentei quando era jovem e às pessoas que conheci lá e à música que ouvi que me fizeram sentir mais viva e menos sozinha”. “Loveher”, o mais novo single, é um beat produzido por Fred again.., que foi para Romy por indicação dela própria quando ouviu a música pela primeira vez. E caiu como uma luva sua delicada voz neste disco minimalista do produtor britânico.  

Reconhece o sobrenome Grant? Os fãs de Lana Del Rey já entenderam tudo. Estamos falando do pai da Laninha, que está lançando seu primeiro álbum nesta semana, chamado “Lost at Sea”. “Hollywood Bowl”, que tem Rob no piano “tocando como Billy Joel”, tem por toda da track a voz de Lana Del Rey, o que deixa a música com cara de música solo bônus dela. Tão legal quanto muita coisa da sua discografia principal. 

Eric Cantona, ídolo do Manchester United e ídolo de todo fã de futebol antifascista, pela coragem de dar uma voadora em um provocador na torcida, é um símbolo pop. Famoso pela bola que jogou e também pelas declarações que dá, às vezes até amalucadas. Virou álbum, música, ator e galã de vídeos do Liam Gallagher… Agora se arrisca como cantor! E chega cheio de pompa, viu? Um lance meio crooner na postura. Foda. 

E o Tenacious D do ator Jack Black segue com suas gracinhas. A da vez é uma versão para a belíssima “Wicked Game”, de Chris Isaak, com direito à dupla tentando reproduzir o ar sexy do vídeo original. Procure no YouTube para ver se rolou esse vídeo. O Chris fez questão de ir ao Instagram cobrar a falta de um convite para a filmagem.

E a coisa mais fresquinha da semana é a nova da Rosalía. “Tuya” chega com um vídeo gravado em Tóquio que traz a espanhola toda fã de anime e tem uma letra bem da moça independente e tal, mas que está meio apaixonada das ideias, uma vibe que já estava posta no EP dela com seu par Rauw Alejandro. 

Na vinheta do Top 10, de novo, Dave Grohl, do Foo Fighters.
** Este ranking é pensado e editado por Lúcio Ribeiro e Vinícius Felix.

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