Top 10 Gringo – Shame veio, viu e venceu. Antony Szmierek pega o segundo, conhece? Coby Sey cata o terceiro, conhece?

Quanto feriado, né? Não é reclamação, imagina. O complicado é que quando eles caem no meio da semana, eles mais atrapalham que ajudam. Você meio que não descansa, meio que acaba trabalhando um pouco e a volta é sempre confusa. Mas aqui estamos com a nossa reunião do que importou na música estrangeira nestes dias de “ritmo quebrado”. Uma semana recheada de coisas boas. 

E já começamos a olhar firmes para o ano que vem. Em fevereiro, chega o novo álbum dos ingleses (e nossos parças, praticamente) do Shame. “Fingers of Steel” é o primeiro single da banda pós-punk de Londres e indica que vem discão por aí – para variar, o que o Shame mais tem é um histórico de bons serviços prestados. E, cá entre nós, foi um barato acompanhar o lançamento mundial dessa música um dia depois de ter a chance de ver a banda arrasar em um cantinho novo de São Paulo, o Bar Alto. Tá sabendo? Escute o Popcast desta semana para entender essa grandeza…

Ninguém conhece Antony Szmierek e pouca gente sabe do Coby Sey. Ambos são ingleses e estão explorando cada um a sua maneira o universo da música falada, entre o experimentalismo mais extremo, muita influência de hip hop e outras coisinhas mais – Antony é mais pop, Coby experimentalzaço. Observem a trajetória da dupla. Dois caras que logo vão aparecer naquelas premiações de revelação da BBC e ensaiar conquistar o mundo. 

Não tem muito tempo que a gente rasgou elogios aqui ao Fred Again.., alguns até um pouco exagerados. Acontece. Mas ele voltou a impressionar a gente nesta bela parceria com a Romy do The XX, que toca uma carreira solo bem pontual com lançamentos esparsos. Com uma sonoridade das pistas dos anos 90, Romy fala sobre a força, luto, superação e liberdade.   

Rola uma emoção escutar as produções inéditas da SOPHIE (pioneira do  hyperpop que morreu precocemente aos 34 anos, ano passado) na estreia da artista texana Hyd, “Clearing”. O corpo de graves em “Only Living For You” e seu delicado crescente são tocantes. O mundo é bem menos criativo sem SOPHIE. É doloroso imaginar as possibilidades musicais que ficaram pelo caminho com sua perda. Esse fragmento da sua mente que percorre o álbum da Hyd reconforta. 

Presença confirmada no Lolla brasileiro do ano que vem, a Willow lançou o bom “<COPINGMECHANISM>” este ano, um álbum que foi ganhando a gente a cada audição. Se é uma tendência que corre pelo pop atual essa revisita ao pop punk do começo dos anos 2000, a Willow de longe faz as canções mais fortes e divertidas. 

Seguimos maravilhados com as meninas japas do Chai, quarteto formado por Mana, Kana, Yuuki e Yuna que detonou no Primavera Sound. Escutando mais um pouco do excelente “Wink”, disco que foi lançado no ano passado, a gente está de cara atualmente com a deliciosa, sussurrada e dançante “Nobody Knows We Are Fun”. 

Ok, Bruce tirou um tanto da bonita delicadeza da versão original, mas ficou interessante sua voz rasgada nesse clássico do soul norte-americano – e ele até se arrisca nas notas mais agudas. E é isso que vemos por todo o seu novo álbum, “Only the Strong Survive”, dedicado a covers de clássicos do soul e do R&B.

Joyce Cisse é uma jovem inglesa que ainda não tem 18 anos, pelo o que a gente sabe, mas já faz música de gente grande. Um pop refinadíssimo cuidadoso com os detalhes – das linhas de baixo ao seu vocal preciso. Uma lufada de ar fresco na poeira retrô dos nossos tempos. Anota aí: daqui uns anos ela vai estar no Grammy e tals. 

Podemos apelar para uma lembrança? Ter o Liam no Brasil com esse clássico do Oasis no setlist (entre muitos) foi especial. “Some Might Say” tem esse gosto meio lado A, meio lado B, que só eles sabiam fazer. E isso fala ao (nosso) coração, emocionou a gente nos shows por aqui e o espetáculo que foi a plateia argentina. Deve ser a Copa do Mundo que deixou a gente sentimental assim.  Será?

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* Na vinheta do Top 10, Eddie Green, frontman do grupo inglês Shame.
** Este ranking é pensado e editado por Lúcio Ribeiro e Vinícius Felix.

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