Top 10 Gringo – O topo é do gênio Aphex Twin, lógico. Pódio da semana é muito bem completado pelas divas Carly, Jessie e Róisín

Do torto Aphex Twin ao pop radiofônico da Carly Rae Jepsen. Um Top 10 para ninguém colocar defeito, vai? Tem som para pista, som para ficar no quarto relaxando ou até um Wilco para ficar enchendo o saco dos produtores brasileiros no Twitter para trazer a banda mais uma vez. Cóf!!!

Beats quebrados costumam ser incômodos para ouvidos desacostumados. Não nas mãos de Aphex Twin. Entre as variações de batida que entortam nossa cabeça e quadris, o produtor cria uma camada quase relaxante – super agradável e easy, digamos. Ou pop até, se é que o termo pode se aplicar quando falamos de Aphex Twin. “in a room7 F760” chega a lembrar New Order em alguns momentos. E essa é a constante de “Blackbox Life Recorder 21f”, um EP marcante na carreira do relativamente sumido Aphex Twin. Curtinho e certeiro o disquinho.   

Se você precisa de uma batidinha mais quadrada para rebolar sua melancolia, vá de “Shadow”, da Carly Rae Jepsen. Uma música meio tristinha meio pistinha no seu bom “The Loveliest Time”, uma sequência de seu irmão mais velho, o álbum “The Loneliest Time”, lançado no ano passado. Se você ainda é da turma que acha que a Carly Rae Jepsen foi uma bobagem do começo da década passada, está num atraso lascado para rever seus conceitos. Pop fino. 

Róisín Murphy é uma das vozes escondidas em “That! Feels Good!”, da Jessie Ware. Agora a duplinha resolveu assumir essa parceria em uma nova versão para outra música do excelente álbum de Jessie. “Freak Me Now” em dupla se torna uma grande homenagem a Róisín e um trampolim para o próximo passo da cantora…

… porque já está a toda nossa ansiedade pelo novo álbum da Róisín Murph. “Hit Parade” sai em setembro e já coleciona um bom número de singles adiantados. Entre eles, “You Knew”, que aparece em versão edit e uma completa ultrapassando sete minutos – alguém DJ já alerta para encarar essa na pistinha?  

Vem aí o décimo terceiro disco de estúdio do adorado grupo americano Wilco. “Cousin” sai em setembro e tem como principal novidade até aqui o fato de ser produzido pela artista Cate Le Bon – desde 2007, o Wilco não trabalhava com algum produtor fora da banda. De acordo com Cate, sua missão foi tirar a banda da zona de conforto e testar outros instrumentos tipo saxofone, por exemplo. “Evicted” traz um Wilco bem tradicional, digamos, mas ligeiramente mais desafiador, novamente encarando novas ideias. Fica a expectativa por esse Wilco fora da casinha. Faz bem.  

Lembra a banda The Linda Lindas, né? As meninas que conquistaram a atenção do mundo com sua fofura punk e até andaram por São Paulo do nada umas semanas atrás. Pois as mocinhas estão crescendo e aprimorando influências e sonoridades. “Resolution/Revolution” tem até inspirações de heavy metal, fora a temática mais séria. E isso lembrando que elas seguem jovens de tudo: a mais velha da banda com 18 anos e a mais nova com 12. 

Esta não está em nenhuma plataforma de streaming, até porque só existe sua gravação “pirata”, digamos. Alanis se uniu com o Foo Fighters em um show no Fuji Rock Festival, no Japão, para uma linda homenagem à já saudosa cantora irlandesa Sinéad O’Connor. A união entre os artistas no evento japonês guarda um simbolismo maior – Taylor Hawkins era baterista da Alanis durante seu auge de fama global, até ser “roubado” pelo Foo Fighters. 

Rapaz, alguém se lembra do Semisonic por aqui? A banda que tem hits gigantes como “Closing Time” e “Secret Smile” e que voltou a aparecer por aí há alguns ano anunciou seu primeiro álbum em mais de 20 (VINTE) anos. “Little Bit of Sun” está programado para novembro e o single “The Rope” mostra que Dan Wilson, que neste meio tempo produziu nomões como Adele, não perdeu o jeito de fazer músicas cativantes. 

Um dos charmes do primeiro álbum solo da Bethany Cosentino é ver o quanto ela pode soar fora do formatinho de seu projeto anterior, o duo Best Coast. Com liberdade, Bethy não abandona a habilidade de fazer melodiosas e pegajosas canções, mas fica soltinha para investir em seu lado mais folk-quase-country. É o que acontece nesta belezinha chamada  “It’s a Journey”. 

Não subestimemos o Hives. A banda pode não estar no seu augezinho dos anos 2000, mas promete derrubar muita gente da cadeira com seu energético show em São Paulo no Primavera Sound, em dezembro. A expectativa fica maior ainda quando notamos que as novidades que vão estar em “The Death of Randy Fitzsimmons”, novo álbum que sai semana que vem, são bem boas. Esta “The Bomb” é um arraso. 


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* Na vinheta do Top 50, um modo de ver o Richard D James, a figura por trás do sublime Aphex Twin.
** Este ranking é pensado e editado por Lúcio Ribeiro e Vinícius Felix.

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