O feriadão atropelou o Top 10 na semana passada, mas ele chega firme e forte nesta. E até mais cedo. E já contendo algumas das novidades da recheadíssima sexta-feira passada, em termos de lançamentos. E mais: é tanta música boa neste ranking que a gente foi incapaz de escolher preferidas. Só primeiro lugar. É o nosso jeitinho. E IMPORTANTE: repara na nossa playlist linda. Ela já ultrapassa as 350 principais músicas de 2023. O ano todinho resumido na nossa playlist. Já sabe qual é sua música do ano?
Quantos álbuns começam com o artista puxando o ar para dentro dos pulmões cheio de força antes de se atirar na canção? É assim que Sufjan Stevens abre “Javelin”, disco recém-lançadíssimo que vai surpreender os fãs que só conhecem o lado mais calminho do artista de Detroit. “Goodbye Evergreen”, que abre o rolê, é lotada de camadas e diferentes climas, começa de um jeito, vai para outro lugar e logo está em um terceiro ambiente completamente diverso. Produção rica demais. “Javelin” fica marcado também pela ausência de Sufjan em sua divulgação. O artista se recupera de uma doença autoimune grave que lhe deixou sem movimentos. Taca o play pra ele ficar feliz enquanto se recupera!
“Jelsy” é mais um single que o trio inglês Bar Italia soltou do aguardado segundo disco da banda neste ano, “The Twits” (sai em novembro). A música em particular e o Bar Italia no geral tem tudo o que amamos na banda. Um climinha indie, uma produção que esbarra no lo-fi e os três vocalistas da banda se alternando nas vozes. São eles a nova diva Nina Cristante mais Sam Fenton e Jezmi Fehmi. É charmosa demais a banda inglesa que de italiana só tem a vocalista. E um certo clima artsy
De projeto despretensioso até grande sensação do ano. As Boygenius são o nome de 2023 com seu álbum “The Record” e sua turnê que arrastou corações (despedaçados?) por aí. Julien Baker, Lucy Dacus e Phoebe Bridgers celebram em “The Rest” os pedaços que faltaram no primeiro álbum de estúdio do trio – boas canções, como esta “Powers”, que também conta uma senhora puxada de fôlego antes de rolar a cantoria. O Epzinho também talvez seja a dica de que em breve elas voltem a se dedicar mais na carreira solo de cada uma. Veremos.
Se tem uma coisa que o Fred again.. sabe fazer são músicas delicinhas. Daquelas que a gente ouve sem tanto compromisso e que tem pegam de prima, sabe? Quando ele se reune com Jozzy, um cara de Memphis que escreve é parceiro de composição da Beyoncé, dá para imaginar o resultado? Gruda no ouvido imediatamente. Pela qualidade e pelo um gostinho retrô que não incomoda.
De Strokes britânicos até conseguirem circular quase como anônimos no Lollapalooza Brasil, os Libertines viveram grandes aventuras, para ficar em um eufemismo simpático. A vida turbulenta da banda interrompeu já no segundo disco uma discografia que parecia promissora. O álbum “All Quiet on the Eastern Esplanade”, prometido para o ano que vem, promete reacender a chama. “Run Run Run” anima a gente: é o bom e velho Libertines que nos conquistou há 20 anos!
Sempre que alguém grita que o formato “álbum” morreu, Bad Bunny sorri discretamente. Por ele, o álbum está vivíssimo e mais uma vez ele entrega um disco longuíssimo para gente. “Nadie Sabe Lo Que Va a Pasar Mañana” chega com 22 faixas e UMA HORA E VINTE de duração. “NADIE SABE” abre o álbum de maneira orquestral e cinemática, conta com seis minutos em tons épicos, sem uma batida e uma estrofe longuíssima, sem refrão. Um dos versos diz: “Este disco não é pelo play, nem pelos bilhões de visualizações. É para que os fãs fiquem felizes, ainda que por dentro não me sinta 100%”.
“Que horas são onde você está?” Foi essa mensagem carinhosa de um crush que deixou Troye Sivan derretido de paixão e inspirado em escrever uma canção sobre esses dois sentimentos: o começo de um relacionamento superapaixonado e como lidar com essa saudade entre duas pessoas que estão muito distantes. Vale para o Troye, provavelmente em uma turnê mundial, mas também vale para qualquer um que não vai poder ver seu contatinho a hora que bem entende. Hit certeiro.
A edição de luxo de “Blondshell” estreia da Blondshell é uma belo convite a reescutar ou conhecer finalmente um dos melhores discos do ano. São três novidades que dão um acrescentada ao montante. “Tarmac 2” é interessante por ser complementar a boa “Tarmac”, dando um perspectiva mais rústica de como a música poderia soar sem uma produção mais refinada, digamos. Coisa para fã – e se você ainda não é, trate de melhorar.
E temos mais uma novidade da PinkPantheress. A artista inglesa antecipa o single que fará parte de seu primeiro álbum, “Heaven Knows”, que chega em novembro. PinkPantheress descreve que foi um longo processo entre a dor e a capacidade de amar. O disco será sobre isso. Drum’n’bass para a nova geração. Quem diria?
Certamente das melhores vozes de sua geração, Brittany Howard, também conhecida como vocalista do Alabama Shakes, dá a primeira mostra do seu segundo álbum solo, ainda sem data de lançamento. Se trata da faixa título, “What Now”, repleta de swing, guitarras em ponto de ebulição e a voz sempre arrasando passeando por muito e muitos timbres. Parecem várias pessoas, mas é ela: Brittany Howard.
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* Na vinheta do Top 10 Gringo, o músico americano Sufjan Stevens.
** Este ranking é pensado e editado por Lúcio Ribeiro e Vinícius Felix.