Semana das quentes, hein? Muito lançamento bom que falou alto com a gente. Wednesday e Blondshell, relativamente novos, causaram. Para quem dá o rock como dodói, vale sacar o que a nova geração anda bolando. E isso porque ainda tem novidades de gente do tamanho de Rosalía, The National e até Jack Black, o maior ator cantor da história – desculpa aí, Frank Sinatra, hehehe. Brincadeira, gente, vamos ter bom humor.
Do suave ao pesado. Do fofo ao desesperador. É impressionante a dinâmica que essa banda da Carolina do Norte, que no Brasil poderia se chamar Wandinha, zoeira, cria em “Rat Saw God”, seu quinto e mais inspirado disco. Arrancou uma colossal nota 8.8 do site “Pitchfork” e até elogios do sisudo diário econômico americano “Wall Street Journal”. Sei lá, Kurt Cobain ficaria feliz. Porque desde os Pixies e do Nirvana, olha o exagero, mas é sério, não víamos uma banda se locomover tão sem medo entre o ruído extremo e uma calmaria quase folk.
Outra que deixaria Kurt Cobain feliz é a californiana Blondshell, nome artístico da jovem Sabrina Teitelbaum. Escutar seu álbum de estreia que leva o nome do projeto, “Blondshell”, é um deleite. Sabrina escreve com sinceridade cortante, abre o jogo sobre temas sempre delicados na “sociedade”, como sexualidade e saúde mental. Musicalmente, consegue ir do rock mais barulhento e noisy a coisas delicadas que de quem ouviu Adele e Amy Winehouse na adolescência. Tipo, vamos de metáfora, se a Courtney Love tivesse nascido em 2001 soaria mais ou menos assim.
E, por falar em saúde mental e escrita sincera, nem é preciso investigar muito para entender do que Matt Berninger, do National, canta aqui, ao lado da onipresente Phoebe Bridgers. Se tem lugar na Terra que não merece confiança, é a sua mente, sempre capaz de te enganar e te deixar inseguro ou te bloquear. A faixa é um pouco sobre essa luta contra a mente.
A gente sempre tá ligado no que o esperto ruivão inglês Archy Marshall apronta. Especialmente quando trabalha sob a alcunha King Krule. Já sabemos que vem novo álbum em 9 de junho. Vai se chamar “Space Heavy” e “Seaforth” é o primeiro single – um som bem nublado sobre esse misterioso espaço entre nós que gostamos de dividir com quem consegue ler o mundo mais ou menos como a gente. Talvez seja uma música de amor. É curioso o formato desta canção. O volume vai baixando até escutarmos ondas quebrando na praia enquanto pássaros passam pelo céu. Todo um cenário levemente melancólico, solitário. Produção fina.
“Forever Means” é um EP da Angel Olsen com sobras das sessões de “Big Time”, álbum lançado por ela ano passado. Até a turnê do EP vai casar com a temática. Entre outubro e dezembro, Angel passeia pelos Estados Unidos apresentando um set diferente por noite. Uau. Alguém convida a gente para acompanhar essa tour?
O EP do casal mais quente do mundo hoje segue ressoando. Depois do vídeo in love de “Beso”, o par Rosalía e Rauw soltou o vídeo de “Vampiros”, que é mais baladeira numa pegada “ninguém segura a gente”. A confiança da música e da duplinha andando pela noite deserta deixa a gente sem dúvidas de eles podem tudo.
A gente ainda não foi ver o filme do Mario, mas vimos a sensação que se tornou a música que o Bowser, dublado por Jack Black, canta no filme para a Peach. A faixa tem uma letra apaixonadíssima! A parte hilária fica por conta de Jack, que abre com a voz pesada que criou para interpretar o chefão do jogo, mas alcança seus trejeitos vocais já clássicos e bem conhecidos de filmes como “Escola de Rock”, “Alta Fidelidade”, “Nacho Libre”, entre outros. Aliás, não é sempre louco pensar que Jack Black e sua banda Tenacious D, voltada ao humor, abriram uma noite do Foo Fighters no Rock in Rio para aquele mar de gente? Foi uma maluquice.
Samuel T. Herring, do Future Islands, tem uma voz tão apaixonante que vamos caçando ele por onde estiver andando. Encontramos desta vez em um feat. esperto com uma dupla de hip hop muito boa que não conhecíamos ainda, Billy Woods, rapper de Nova York, e Kenny Segal, produto de LA. É uma música simples, mas cativante.
O ar Vampire Weekend (ou Paul Simon, dependendo se sua referência for mais antiguinha) pega muito forte nesta canção desse trio de meninas britânicas, do norte de Londres. Delícia de música. Pertence ao terceiro disco delas, que só chega nas nossas orelhas em agosto.
Fã de Gang of Four e querendo algo naquela linha punk-funk? Provavelmente você vai sorrir com “Sub” do Deeper. Os caras acabaram de assinar com a Sub Pop, a gravadora chave do grunge nos anos 1990. Isso para o segundo álbum deles, que vem por aí, depois de uma estreia em 2020 que nos deixou assim: “Essa banda vai longe”. Well, já está no Top 10 da Popload…
* Na vinheta do Top 10, a banda americana Wednesday.
** Este ranking é pensado e editado por Lúcio Ribeiro e Vinícius Felix.