Top 10 Gringo – O Frenesi novo do Iggy Pop pega a primeira ponta de 2023. Quem diria, a volta do Everything but the Girl abala o pódio. E a Billy Nomates chega ao nosso Top

2023 começou (para este Top). E, se a cena brasileira sempre demora um tantinho para aquecer, os gringos parecem nem sentir a virada do ano. E já saem empilhando discos e singles – deve ser por conta de ser uma turma sem Carnaval, né? Temos muito que ensinar para o mundo ainda… Mas vamo que vamo, porque já tem discaço em 2023. E mais estão chegando. Mas nos referimos aqui a respeito de um disco de um certo senhor de 75 anos, acompanhado de jovens quarentões e cinquentões. E, sim, você leu certo ali no título. O Everything but the Girl voltou!!!

E não é que 2023 já tem um discaço para chamar de seu? É do setentão Iggy Pop essa honra. Iggy soltou na semana passada seu novo álbum, “Every Loser”. “Frenzy”, que tem participação dos “jovens” Duff (Guns ‘n Roses) e Chad Smith (Red Hot Chili Peppers) é pura energia, entendeu? Chega a lembrar o pique do Nirvana em seus momentos mais elétricos. O disco ainda tem participações de outros “mocinhos”, entre eles, Dave Navarro (Jane’s Addiction), Stone Gossard (Pearl Jam) e Travis Barker. Taylor Hawkins, baterista do Foo Fighters e uma das perdas mais dolorosas de 2022, aparece em “Comments” na bateria e no piano – um som que poderia fácil ser do The Cure. Escuta tudinho, são 11 sons em pouco mais de 30 minutos. Não seria má ideia tio Iggy colar por aqui com o show desse disco. 

Uau. Que musicão que soltou o duo Tracey Thorn e Ben Watt, que não aparecia há 23 anos. Dançante e com a bossa (inglesa) característica do Everthing but the Girl, “Nothing Left to Lose” tem um jeitão bem clássico – poderia tocar fácil em rádios retrôs dos anos 80/90 com sua pegada meio electro/jazz. E o lançamento não vem sem companhia: um álbum chamado “Fuse” está chegando e eles prometem sair em turnê neste ano.

Esta mina vem quente. Nesta sexta sai o segundo álbum da cantora e multiinstrumentista Billy Nomates, carregado de singles bons dos vários que já conhecemos desde o ano passado. E vamos dizer: esta música escolhida aqui, “Spite”, é bem boa e não é nem de perto a melhor dos singles já lançados. Está tão ansioso quanto nós pelo disco novo da Billy?

Daughter, Daughters, Daughtry… A gente até se perde pelos nomes, mas aqui estamos falando do Daughter, trio inglês comandado pela jovem Elena Tonra, nosso conhecido por tocar até em Popload Festival (2017), já. A banda é responsável por uma série de sons doces e tranquilos – é deles a impecável trilha do game “Life Is Strange: Before the Storm”. O Dauighter está prestes a lançar seu terceiro trabalho e o single “Be on Your Way” tem bem esse climinha gélido que parece ser capaz de fazer nevar na sua sala. O que não seria tão estranho nesse bizarro verão brasileiro. 

Ainda na linha “lembranças gostosas do passado”, o We Are Scientist, banda que pegava muito a gente ali nos meio dos anos 00 e deu uma sumida do nosso radar, volta a chamar a atenção neste começo de ano – sempre um bom momento para reaparecer, já que tem menos gente fazendo coisas. “Lobes” será o oitavo ábum da dupla Keith Murray e Chris Cain e o single “Settled Accounts” tem um riff funkeado de dar orgulho ao chic Nile Rodgers. 

Outro de pegada disco, atenção para o novo single da turma do escocesa do Belle and Sebastian, que nem deixou o álbum mais recente lançado ano passado esfriar e já vai soltar mais um.  “Late Developers”, o próximo disco, foi gravado nas mesmas sessões de  “A Bit of Previus”. Não vamos reclamar, imagina. Da outra vez eles levaram sete anos entre um disco e outro. Assim tá ótimo. E lembrando que eles estão devendo (outro) show aqui para nós, depois do cancelamento do ano passado.

O escocês Joesef é uma sensação há tempos. Em 2019, ele ganhou destaque em uma matéria da BBC por ter esgotado seu primeiro show antes mesmo de ter lançado qualquer música. De lá para cá, são singles, EPs e agora vem o primeiro álbum, “Permanent Damage”. Se ele já fazia sucesso “sem música”, agora que vai mesmo – todos os singles são bem viciantes. Não duvidamos que logo ele conquista os ingleses, norte-americanos e logo depois o mundo, viu? Musiquinha boa de ouvir em dias chuvosos andando de carro. Vai tocar muito no rádio isto aqui. 

A nova do Popcaan conta com Drake e vai soar bem familiar para quem já tá ligado em outro hit da dupla, o single “Twist & Turn”. Dancehall dos bons – e aqui a gente entende onde Drake foi buscar inspiração para faixas como “One Dance”.  “We Caa Done” antecede “Great Is He”, álbum solo do Popcaan previsto para o fim do mês.  

Para não dizer que não falamos da Austrália efetivamente e nem apostamos em nada tão barulhento quanto o Iggy Pop, se liga no CIVIC, quinteto de Melbourne (sempre) que segue os mandamentos do Stooges e faz um som muito do sujo agarrado na influência desse punk que ainda nem era chamado de punk.

Para não ser tão novidadeiro, vamos voltar a um exemplar de 2022 do grande Dry Cleaning. Nossos londrinos esquistos favoritos desembarcaram na América do Norte agora, para shows, e já apresentaram essa belezinha no programa noturno do Jimmy Fallon, nesta semana. Imagina esse falatório noise na TV aberta brasileira em horário pós-nobre?

* Na vinheta do Top 10, o grande Iggy Pop
** Este ranking é pensado e editado por Lúcio Ribeiro e Vinícius Felix.

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