Top 10 gringo – Ao Bar Italia o que é do Bar Italia. Dua Lipa passeia com o Kevin Parker no nosso pódio. E Brigitte Calls Me Baby cava seu lugar também

Top 10 gringo – Ao Bar Italia o que é do Bar Italia. Dua Lipa passeia com o Kevin Parker no nosso pódio. E Brigitte Calls Me Baby cava seu lugar também Foto: divulgação

Semana passada os Beatles impediram que o Bar Italia chegasse ao primeiro lugar deste Top 10. E isso não é mais uma verdade – brecamos até a nova da Dua Lipa – que também está sensacional, para botar nosso grupinho inglês favorito. E repara no terceiro lugar. Tem alguma coisa muito bizarra ali.  

Em seu segundo disco em 2023, “The Twits”, lançado na semana passada, a turminha meio misteriosa/meio artsy do Bar Italia, formado pelo trio Nina Cristante, Sam Fenton e Jezmi Fehmi, entrega tudo o que aprendemos a gostar neles: guitarras altas gravadas de maneira quase lo-fi e que conversam entre si em múltiplas vozes que são elevadas pelas diferentes linhas desenvolvidas pelos três cantores da banda. Lembra um monte de coisa: Velvet, Vaselines… Mas lembra mais o Bar Italia mesmo que a gente está aprendendo ser fã. Em resumo, uma maravilha. E que merecia o primeiro desde semana passada, não fosse um tal de Beatles. 

Ilusionismo. Jogo de espelhos. Psicodelia. A nova fase da Dua Lipa promete. A artista que também se desdobra em podcaster, dona de clube de leitura e atriz de cinema, entre outras funções, começou a moldar sua nova era, como se diz hoje em dia, neste bom single que leve o nome de “Houdini” – que traz Kevin Parker, mister Tame Impala, no apoio em vários instrumentos. A distância do trabalho anterior, “Future Nostalgia”, ainda é pouca, mas o primeiro passo foi dado. 

Temos um novo Smiths. Que tem até um Morrissey novinho cantando. É sério! Banda de Chicago que acaba de lançar seu primeiro EP e já carrega um hype considerável depois da passagem pelo festival Sxsw deste ano, a Brigitte Calls Me Baby. Vale colocar aqui o nome desse primeiro EP do quinteto de rapazes que se vestem entre o elegante e o engraçado: “This House Is Made of Corners”. Não sabemos como o Morrissey vai lidar com isso. Mas que esses caras são bons, isso são. Esse single “Eddie My Love” é demais.

A inglesa PinkPantheress, que com 22 anos causou muito barulho com mixtapes e músicas virais no TikTok, chegou finalmente a seu primeiro álbum, “Heaven Knows” – um título que dialoga em alguma medida com sua primeira mixtape, “To Hell with It”. De cara “Another Life” abre o álbum com um toque retrô difícil de explicar. Pegajosa, pop. Detalhe que um dos autores da música seja Greg Kurstin, hoje conhecido por produzir o Foo Fighters, mas que é dono da joia perdida “Again & Again”.   

Que parceria improvável, não? O sumido Lenny Kravitz com a DJ espertíssima coreana Peggy Gou. A história da deliciosa track é contada por Gou a partir de sua enorme paixão pela música dos anos 90, da qual Kravitz é sem dúvidas um dos representantes. Fazer algo com Lenny tem uma pegada de sonho realizado – o que talvez explique ser uma das músicas mais esperançosas do ano. Acreditar no amor de novo. 

Uma banda que chama The Neverminds cria todo tipo de expectativa: Sex Pistols ou Nirvana? Mas o que o trio que se descreve em sua bio só como “Toronto shoegaze band” aponta para outros caminhos. Barulhento, mas lentão e todo climático. Whatever, Neverminds é bom.

Fale a verdade. Mesmo que seja uma mentira, não venda ela barata. É meio esse o subtexto da nova canção da hoje dupla Sleater-Kinney – uma música que carrega uma dramaticidade e que honra essa carga trazendo em seu vídeo ninguém mais ninguém menos que J.Smith-Cameron – os fãs de “Sucession” vão amar. 

Anota aí uma banda que promete acontecer ano que vem: Pillow Queens, quarteto de meninas de Dublin que dosam em boas medidas a força de um grupo roqueiro com a sensibilidade pop para fazer um refrão pegajoso. É o caso do single nota dez “Suffer”. Detalhe: elas são irlandesas, mas assinaram com a querida de todos os grunges (ou fãs de CSS), a Sub Pop. 

Bom, o Pavement vem ao Brasil. E nada mais importa.

Clássico da pirataria Dylanesca, “The 1966 Royal Albert Hall Concert”, que na real foi gravado no Manchester Free Trade Hall, é o extrafamoso show metade acústico e metade elétrico de Dylan que causou na época, com alegações de traidor do folk. Aí vem a Cat Power e revive o show completo, na ordem e tudo. Teve até alguém para gritar “Judas” na plateia. 

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* Na vinheta do Top 10 Gringo, a banda inglesa Bar Italia.
** Este ranking é pensado e editado por Lúcio Ribeiro e Vinícius Felix.

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