Top 10 Gringo – Addison Rae reoxigena o pop; Kim Gordon com algumas palavras a dizer (pro Trump); e o Bar Italia voltando e já cravando o pódio

Uma semana para lá de movimentada por sons novos. E nem estamos falando da música-chiclete do Mundial de Clubes. Do pop perfeitinho (e estranhinho) da Addison Rae até coisas muito tortas mesmo (Kim Gordon, Just Mustard e nosso querido Bar Italia, que está de volta). Isso tudo não é lindo? 

Sim, chegamos no fenômeno Addison Rae. De tiktoker bombada a amiga de nomes como Arca, Charli XCX e até referenciada pela nossa querida Blondshell, Addison Rae se tornou o nome do pop com o perfeitinho “Addison”, seu álbum de estreia que traz seu grande hit até aqui, “Diet Pespi”, mas surpreende com uma mistura mais sofisticada do que aparenta a embalagem (supernoventista, retrô até dizer chega e uma coisa que gostamos: pop estranho, tipo Billie Eilish no começo). Só reparar nesta hipnótica “Times Like These”. Tem coisa aí nesse mar de ironia e retromania. A ver. 

Você viu a Kim Gordon e sua blusa Golfo do México no Popload Festival, certo? Nossa ídola segue incomodando o fascistinha deles lá. Resolveu recriar a faixa “Bye Bye” com todas as palavras que Trum baniu ao desmantelar projetos e pesquisas que contivessem as palavras – coisas diversas, como “mental health”, “gay”, “birdflu”, “immigrants”, “care”. Para marcar o rídiculo trumpista e ajudar a demarcar sua letra, Kim recriou também o vídeo de Bob Dylan em “Subterranean Homesick Blues”, onde vai arremessando as palavras proibidas. Hard times. Mas com muita classe.

Ainda lembramos com dor do cancelamentos dos shows do Bar Italia pelo Brasil. Mas quem sabe, né? O trio que fez nossa cabeça ano passado e no anterior vai retomando os palcos e fez dois anúncios: uma tour pelos Estados Unidos e uma música inédita espertíssima chamada “Cowbella”. Se teremos um novo álbum ou EP, é mistério. Mas o Bar Italia está bem e isso basta.  

Da turminha irlandesa que amamos, os mais esquisitinhos e menos requisitados são injustamente a turma do Just Mustard. Eles preparam seu terceiro álbum e seguem, digamos, aloprando. O single “POLLYANNA” é pura barulheira mesmo. Sabe quando a guitarra cai no chão e emite um ruído? Esse é o som de guitarra da faixa… E tudo soa pop com o vocal fofo de Katie Ball.

Enquanto prepara um novo álbum com o guitarrista de Nashville William Tyler, o grandessíssimo senhor Four Tet, aka Kieran Hebden, soltou um single há muito prometido por ele onde sampleia a clássica banda Mazzy Star, mais precisamente “Into Dust”, lançada pela entidade indie californiana em 1993 no seu álbum mais conhecido, “So Tonight That I Might See”. Sim, é nele que mora a maravilhosa “Fade into You”, inesquecível. 

O mais impactante do projeto “Alive in the Catacombs”, gravado ao vivo em Paris pelo Queens of the Stone Age, é sua versão em filme. O EP com o registro do set acústico recheado de lados B perde feio em termos climáticos oferecidos pelo ambiente hostil. Em todo caso, é sempre bom Josh Homme e cia em boa forma, especialmente pegando leve, algo que eles sempre souberam fazer muito bem apesar da fama de mau.   

Saudade do Brockhampton, né? Seu antigo líder, Kevin Abstract, cura essa ausência com o anúncio de um novo álbum solo para breve, “Blush”. A novidade vem com o single alto astral “Geezer”, uma simpática parceria com o superpopular Dominic Fike, que talvez você conheça pelo papel que fez em “Euphoria”. Turma boa.

Sempre eles, né? Vigésimo-sétimo álbum de carreira dos australianos mais insanos do mundo – entenda insano como produtivo. Pelo menos é só o primeiro lançado neste ano, ufa. Em “Phantom Island”, a nova incursão deles leva a psicodelia da banda para ambientes orquestrais. Uma brisa que não ficará restrita ao disco, a ideia é fazer shows com orquestra e tudo pelo mundo. 

Quem se lembra de “Walk Hard: The Dewey Cox Story”? O filme com John C Reilly tirava onda com as cinebiografias de rock da época (em especial com as de Ray Charles e Johnny Cash…) e tinha Jack White como Elvis! Bom, Jack convidou John para fazer às vezes de “Archbishop Harold Holmes”, persona e faixa do seu álbum “No Name”, lançado ano passado. É hilário. 

Um grupo que junta Andy Bell (do Ride/Oasis), Shaun Ryder e Bez do Happy Mondays e Zak Starkey (atualmente desempregado após ser dispensado do Who – e isso após ter esnobado a tour do Oasis por conta do Who… eita nóis). Mas ele ainda tem sua banda com os amigos malucos e juntos lançaram uma faixa com o patrão Noel Gallagher, “Domino Bones (Get Dangerous)”. De acordo com o próprio Zak, em breve vem aí um som com outros dois colegas seus, Sean Lennon e James McCartney – sim, os filhos daqueles caras lá. 

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* Na vinheta do Top 10, a cantora e influencer Addison Rae.
** Este ranking é pensado e editado por Lúcio Ribeiro e Vinícius Felix.