Popload entrevista: The Smit… Quer dizer, Brigitte Calls Me Baby. Banda nova de Chicago prepara disco de estreia para abril-maio

A Brigitte e os Smiths.

A gente sabe bem. Por mais inconstantes e conturbadas que sejam as andanças por palco e estúdios do difícil cantor inglês Morrissey, a adorada banda inglesa The Smiths, a ex dele, anda bem viva hoje em dia, embora não lance nada ou não faça um show desde 1987.

Seja obviamente em apresentações de seus dois principais integrantes, Morrissey e seu “inimigo” Johnny Marr (separados, claro). Ou em filme blockbuster e oscarizável da Netflix. Ou ainda no som e na imagem do mais novo hype do pedaço, o grupo indie americano Brigitte Calls Me Baby.

Morrissey não deve estar entendendo nada, mas essa infindável onda de revival de bandas, discos e gêneros que tem assolado a música moderna atingiu em 2023, em cheio os Smiths. Isso sem aparentemente existir a mínima chance de os Smiths voltarem mesmo como banda, para shows ou novo lançamento em disco. 

A começar que Morrissey, QUANDO FAZ SHOW, tem botado em seu setlist seis ou sete músicas dos Smiths. É praticamente quase o mesmo número de canções que seu ex-companheiro de banda, o célebre guitarrista Johnny Marr, coloca em seus shows, que incluem até números de Smiths orquestrados em suas apresentações recentes.

Um dos maiores sucessos cinematográficos do ano passado, “O Assassino”, uma produção da plataforma Netflix que em março concorre ao Oscar de Melhor Filme, escalou os Smiths quase que como um personagem.

Em várias cenas desse filme do diretor David Fincher toca ONZE canções diferentes dos Smiths bem alto, porque o assassino escuta a banda quando está “no trabalho”. Segundo o matador sem nome,  interpretado pelo badalado ator Michael Fassbender, o grupo de Morrissey/Marr ajuda a manter o coração tranquilo e equilibrado no momento de matar quem ele recebe a missão de matar.

Mas o mais puro suco de Smiths, agora sim, surgiu mesmo com uma muito comentada nova banda de Chicago chamada Brigitte Calls Me Baby, que prepara o disco de estreia, eles disseram para nós, para “algum momento de abril ou maio deste ano”.

Acontece que o vocalista do grupo, Wes Leavins, tem a voz e o velho topete anos 80 do Morrissey e o guitarrista traz o lirismo de Johnny Marr. E, como se não bastasse, o nome desse quinteto é uma frase daquelas com sujeito e predicado, como Moz fazia em suas canções, tipo “William, It Was Really Nothing”.

“Como se Elvis cantasse nos Smiths”, “Como se Roy Orbinson cantasse nos Smiths”, “Como se Robert Smith cantasse nos Smiths” e “Como se um novo Morrissey cantasse no velho The Smiths” são alguns termos de comparação que surgiram apressadamente para definir o som dessa Brigitte Calls Me Baby.

“Eu amo e escuto The Smiths, sim, porque gosto da atmosfera musical de sentimento que eles criam e de suas vozes únicas. Tanto The Smiths como Elvis são sobre isso”, disse o , nosso “young Morrissey”, em entrevista à Popload, feita em conjunto para a revista “Numéro”, a edição brasileira de estirpe francesa.

A Brigitte pegou tanto o indie-pop de sobressalto que nem tempo de terminar de preparar o disco de estreia e seu planejamento ela tem tido até agora. Pela simples razão de eles não pararem de ser convidados para fazer shows, mesmo trazendo na bagagem alguns singles e um recém-lançado EP début apenas com cinco músicas, com o dramático nome smithiano de “This House Is Made of Corners”, lançado em novembro.

“A gente tem tido a sorte de receber uma variedade grande de convites para tocar, mesmo sendo uma banda muito nova. Então decidimos botar nosso foco nos palcos. Embora tenhamos já o primeiro disco cheio praticamente pronto, queremos aproveitar ao máximo os shows ao vivo”, revelou Leavins.

O fato é que a banda Brigitte Calls Me Baby, comparações à parte, tem feito muito barulho por talvez representar o futuro da música buscando o passado dela, seja nas referências propositais ou hereditárias mesmo.

“Pessoalmente eu acho que música é uma coisa muito difícil de explicar, porque eu sempre busquei apenas as coisas que me interessavam. Não com a preocupação de seguir alguma tendência, mas de apenas expressar o que está dentro de mim”, continua o vocalista.

“Aconselho todos os artistas a fazerem isso, é muito libertador. Porque o resultado é inteiramente teu. Pode sempre descansar sabendo que, se as pessoas gostarem de sua música, elas estarão gostando de você. Se não gostarem, não gostam de ti. E não faz mal. Nada de pensar ‘E se eu tivesse tentado algo diferente?’ Acho que na criação artística não deve haver outra opção senão você mesmo.”

Ok, Wes, entendido. Mas quando então sai o disco de estréia da Brigitte Calls Me Baby?
“Em algum momento entre abril e maio de 2024.”

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* Este texto saiu publicado também na revista fashion “Numéro”, na corrente edição, lançada na semana passada.
** Nesta próxima sexta-feira o Brigitte Calls Me Baby retoma em Indianapolis, IN, seus bombados shows com mais uma turnê americana. Serão 13 apresentações.
*** Em suas redes sociais, a banda vem prometendo lançar mais singles antes do primeiro álbum. Tanto que, em comemoração por esta entrevista, eles soltaram hoje mais uma inédita, com vídeo e tudo. Confira “The Future is Our Way Out”.


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