Popload Cinema Club: Svengali e a procura bizarra da banda “next big thing”

Popload Cinema Club: Svengali e a procura bizarra da banda “next big thing” Foto: divulgação

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* Você sabe, a Poplod abre espaço aos fins de semana para algumas colaborações pontuais e selecionadas. Neste finde é a vez também de falar de cinema, com texto do jornalista e blogueiro Tom Leão, um dos caras mais importantes na informação da cultura indie do Rio desde os tempos do importantíssimo e hoje saudoso Rio Fanzine, do jornal O Globo. Tom responde pela Popload Cinema Club. Traga a pipoca e leia.

Popload Cinema Club — por Tom Leão

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SVENGALI: UMA CARICATURA REALISTA DO MUNDO DA MÚSICA

* Dixie é um carteiro de uma cidadezinha no País de Gales (que se veste tal e qual um mod dos anos 60, parecendo ter saido de “Quadrophenia”, do Who) que fica fuçando a internet, o YouTube, a procura da banda perfeita que ninguém conhece, para ele ser o cara que vai descobri-la e lançá-la ao estrelato.

Um dia, essa banda aparece (pelo menos é o que ele acha) e Dixie sai em desabalada carreira de sua casa para ir até Londres, onde está a tal banda (foto abaixo). E, evidentemente, assinar com eles, antes que alguém o faça.

Depois, lembrando que tem um amigo trabalhando numa boa gravadora (sim, elas ainda existem), ele tenta uma reunião com o velho camarada (que, na real, quer distancia de Dixie) e enquanto não consegue fazê-lo ouvir sua descoberta, sai distribuindo fitas demo por toda a parte. Sim, de novo: fitas cassete!

Ocorre que fita cassete é o novo vinil, virou moda (a trilha sonora do ótimo “Guardiões da Galáxia”, por exemplo, será lançada em fita cassete nos EUA), e isso faz com que uma dona de outra gravadora se interesse pela tal banda, apenas por ela ter sido apresentada em tape, e oferece um bom contrato.

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Só um detalhe: Dixie ainda nem conseguiu convencer a banda a deixa-lo empresariá-la. Aliás, a galera da banda (The Premature Congratulations, ou apenas The Prems, para os descolados) é mucho loca: vivem brigando, habitam no caos, são sexy e selvagens. Lembram até os Libertines no começo, quando o Pete Doherty fazia parte deles.

Eventualmente, eles concordam em deixar Dixie os representar. Começa aí, uma jornada insana do galês, não só pela convivência com os malucos (que vão morar em seu flat vagabundo) como também pela sua peregrinação pelos pubs (para arranjar um show), gravadoras (para derramar as fitas) e imprensa (para emplacá-los como “a banda da semana” do “NME”). Será que ele vai lançar a melhor banda do mundo da próxima semana?

Veja o filme _que tem um ritmo frenético e uma trilha supimpa_ e descubra a resposta. E ainda tem o Martin Freeman (“Sherlock”, “O Hobbit”) como dono de loja de discos hipster.

“Svengali” (que denomina empresário ou descobridor de talentos) nao chegou a passar nem nas mostras de cinema daqui, mas ja saiu em Blu-Ray, como “Gigantes do Rock”, nas locadoras que restaram ou em lojas online.

Para os fãs de rock indie britânico (como quem lê Popload), ele tem algumas surpresas bem bacanas: como a participação de Alan McGee (o cara aí da próxima foto) como ele mesmo, um mítico produtor, que ouviu o cassete e ficou a fim de dar uma forcinha pra banda. Lembre-se de que foi o McGee quem descobriu o Oasis na “vida real”. Outro que está no filme é o próprio Carl Barat, dos Libertines, apresentando o primeiro show da banda num buraco londrino, muito parecido com o que deve ter rolado quando os Libs viraram hype.

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Eu curti bastante o filme por esse lado, porque já vivenciei muito do que é mostrado em cena, tanto aqui como lá mesmo em London Town. A loucura é bem parecida na real. Ou até pior…

*Tom Leão assina o blog Na Cova do Leão e é colunista de cultura da Globo News

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Postado por Lucio Ribeiro   dia 25/10/2014
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