Os Cavalera encerram turnê da volta ao “Roots” domingo em SP. Vimos em Curitiba e é o seguinte…

Hoje em Ribeirão Preto e amanhã, domingo, em São Paulo, acontecem os últimos dos cinco shows no Brasil da dupla Max & Iggor Cavalera, os irmãos fundadores do que é possivelmente a maior e mais reconhecida banda do Brasil.

Com as apresentações tupis começando por Brasília na terça, abrindo clarões na plateia em Curitiba na quinta e emendando a bagunça metal no Rio ontem, sexta, os Cavalera vieram nos mostrar sua turnê “Return to Roots”. Como o nome já deixa claro, o show é voltado a celebrar o clássico disco “Roots”, lançado pelo Sepultura em 1996 – o último a contar com Max no grupo.

Deixando de lado toda a história que os fãs (e até não-fãs) já estão cansados de ouvir, vamos falar um pouco sobre o show absolutamente destruidor que vimos na capital paranaense, para dar uma ideia do que esperar para o maior concerto deles neste giro brazuca, que vai ser o de domingo no clube Audio. E se é que você já não sabe.

Como esperado, o setlist consistiu majoritariamente do disco “Roots” (quase) na íntegra, com algumas alterações aqui e ali. Max e Iggor continuam soando excelentes, trazendo todo o peso que se espera do nome “Cavalera”, por pouco mais de 90 minutos de show.

A banda, que também conta com Dino Cazares (Fear Factory, Brujeria) na guitarra, faz todo o esperado, e um pouco mais, com as músicas de “Roots”, e com o restante.

Em “Lookaway”, Max cantou um breve trecho de “War Pigs”, do Black Sabbath, durante o qual pediu para que a casa apagasse todas as luzes, e que os fãs ligassem as lanternas de seus celulares. Infelizmente, a Live Curitiba não apagou as luzes – dois painéis de LED gigantescos, nas laterais, ficaram ligados durante o show inteiro, exibindo anúncios de empresas, e causando a triste impressão de ser um cinema com as luzes acesas.

Como em todos os shows desse tipo, em que um álbum é tocado na íntegra, há uma certa previsibilidade, com seus pontos positivos e negativos. Por um lado, dá para ter certeza que “aquela” música perto do fim do disco, que raramente aparecia ao vivo, vai ser tocada. Por outro lado, “aquela” que você pulava no seu CD player em 1996 também vai ser desempenhada, e você sabe exatamente em que ponto do setlist vai aparecer. Apesar disso, em momento algum a roda/mosh pit parou.

Essa previsibilidade também levou a um bis mais descontraído, que acabou sendo a melhor parte da noite. Após fecharem a parte “Roots” do show com “Dictatorshit”, Max, Iggor & cia voltaram para tocar “Troops of Doom”, ainda incluindo um trecho de “Raining Blood”, do Slayer; “La Migra”, cover do Brujeria; e “Refuse / Resist”, provavelmente o ponto alto da noite, incluindo uma belíssima wall of death, de tamanho considerável para uma casa de shows daquele tamanho. As covers continuaram, com “Orgasmatron”, do Motörhead (a essas alturas, mais do Sepultura, para falar a verdade), e “Polícia”, clássica dos Titãs, que fez alguns curitibanos torcerem o nariz para as conotações políticas exibidas nas letras. O que essa galera estava fazendo num show desses, nunca saberemos.

Como um todo, foi uma performance fantástica, ainda deixando aquela dúvida, “e se” o Sepultura tivesse seguido um caminho diferente, não seriam um dos maiores headliners de festivais hoje em dia? De qualquer forma, Max deu um recado bem claro no fim do show, pedindo para a plateia repetir com ele, aos berros metal, as palavras: “Sepultura Verdadeiro”.


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* Por FERNANDO SCOCZYNSKI FILHO

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