Popload em Nova York. Ontem comprei ingresso para ver o Howler, entrei desavisado na fila do Wailers e acabei dentro do show do Chet Faker.
A saga da terça-feira besta em Nova York foi isso mesmo, uma saga. Primeiro porque tratou de esfriar à noite quando eu estava só de camiseta, porque o dia foi quente. Depois porque acabei comprando vinil demais (mais do que eu pretendia) na Rough Trade do Brooklyn e tive que ficar carregando sacola para lá e para cá.
Aproveitei e comprei o ingresso para o Howler, que tocaria na loja mais tarde. Daí de um pulo um quarteirão de onde estava para tentar achar um ingresso para a esgotada apresentação do australiano Chet Faker. Era uma apresentação tipo extra, bônus, porque o show dele mesmo aqui em Nova York será no Music Hall of Williamsburg. Também, claro, está esgotado. Mas ontem ele tocaria num bar pequeno chamado Output, que eu não conhecia.
Tanto eu não conhecia como no caminho eu vi uma fila gigante de galera e pensei: deve ser para o Chet Faker. E dei um tempo ao lado, para ver se sobrava um ingresso. Eu estava no lugar errado. Ali, era a fila para o concerto da histórica banda jamaicana Wailers no Brooklyn Bowl. Percebi a confusão quando virei a esquina, haha. Mas foi olhar para o outro lado da rua e ver a “fila certa”. Galera entrando para o Chet Faker no bar.
Um Cristo apareceu para me vender um ingresso que sobrou por 20 doletas, antes que eu congelasse. Fair enough.
O Output é um bar pequeno que tem o booth de DJ de um lado nobre e um palco-gaiola espremido no canto oposto. O Chet Faker foi ali. Girando botões, dançando fora do ritmo de sua própria música e às vezes (em algumas canções) utilizando um baterista e um baixista para dar peso a seu som, o show algo improvisado de Chet Faker foi espetacular, visto grudado na grade da “gaiola”, na escada, no andar de cima, na frente do palco ou encostado no balcão do bar. O bonitão Chet, com seu visual Father John Misty, sente seu soul eletronizado como um mantra e é difícil não se contagiar. Que o diga o monte de mulheres que tomavam a linha de frente do público, que cantava tudo.
O Chet Faker “mais show” eu devo ver no sábado, no Music Hall. Daí falo mais.
O clube tinha uma política dura contra vídeos e fotos dentro da casa. Então, o que deu para captar do clima da apresentação do Chet Faker, está aí embaixo, em áudio.
Consegui ainda, depois, pegar boa parte do show do Howler na Rough Trade. Embora o segundo disco não seja nem sombra da energia indie-punk do primeiro disco dessa banda que parece britânica, mas são de Minneapolis. Os rapazes continuam afiados.
Como você vê, não paguei 100 mil dólares para ver a Lykke Li no museu nem fui na Lady Gaga no Madison Square Garden. Mas senti um pouco não ter ido ver o Royal Blood no Mercure Lounge, em Manhattan. Até o Jimmy Page foi!!!!
* A POPLOAD está em Nova York a convite da Ray-Ban, poderosa marca de óculos italiana, que arrebanhou uns jornalistas do mundo todo para lançar, aqui em Nova York, sua nova coleção, dentro de um projeto chamado District 1937 e com ligação às artes plásticas. A garota-propaganda do lançamento é a “garota” Debbie Harry, 68 anos, da icônica banda Blondie, que nos áureos tempos do punk e new wave já fazia propaganda de graça para a Ray-Ban, imagino, dada às milhões de fotos dela como pin up de óculos escuros. O Blondie, banda da história local, tocará nesse evento da Ray-Ban, que também servirá para a banda comemorar seus 40 anos de estrada. Outro grupo que se apresentará nesse lançamento é o MR MS, duo indie pop também de Nova York que diferentemente do Blondie não tem nem 40 MESES de estrada.
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