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* No próximo verão europeu, jajá, de 30 de junho a 6 de julho, vai ter um daqueles festivaiszões no Hyde Park, o colossal parque lindo no coração de Londres, envolvendo headliners do porte de Phil Collins, Green Day, Justin Bieber, Kings of Leon, Tom Petty & The Heartbreakers e Killers. É o British Summer Time, festival de dois finais de semana na capital inglesa que existe desde 2013, para vários gostos e credos. E que anunciou suas “cabeças” no início do mês. Vem adicionando bandas aos line-ups generalizado quase diariamente. E botou os ingressos para vender, coisa de 60 mil/dia, também no começo de maio. E só uma data até agora esgotou, e rapidinho. A do Killers! DO KILLERS!?!?!?!
Há duas semanas eu tava lá em Goiânia, no festival Bananada, daí me recomendaram um set de DJs para ver numa daquelas madrugadas. Era uma dupla da Criolina, coletivo de DJs que animam festa indie, carnaval, fazem remixes, trilhas, têm programa de rádio e que transitam num espectro musical em Brasília e Lisboa. Não me pergunte. Então lá estava eu no set da Criolina no Bananada, bicho pegando, os caras pulando na picape ainda mais alto que a galera que encheu a pista deles. Os DJs, acho que Barata e Pezão, não são o que se pode chamar de “DJs” em mixagens e passagens, mas têm as manhas do corte, da transição, da curadoria. Mesmo que sem nenhuma novidade e tocando meias músicas, nunca inteiras, eles encavalam Raimundos, Strokes, Racionais, Florence & The Machine sem susto e sem deixar o ritmo da festa cair. A moçada se esguela nos hits, na pista. Música eletrônica é até “fácil” de mixar, rock em pista jamais. Rock tem começo, meio e fim, refrão. E as vezes, na mixagem, os meninos da Criolina tocam só o meio das músicas nos sets. Só os refrões. O excelentíssimo DJ paulistano Guab faz/fazia muito isso no Milo Garagem. Enfim. Mas ali em Goiânia, no meio do Bananada, teve certa comoção especial, senti, quando foi tocada, acho que na sequência de um Planet Hemp, “Mr. Brightside”, do Killers. Ali, já com o álcool atuando naquela altura da noite, achei realmente bacana o “momento” Killers.
Daí eu estava em Belo Horizonte no último final de semana quando fui tomar um chá na casa de chá mais cool do Brasil, a Chá Comigo. Chá-chá-chá. Tem toca-discos, no lugar. E a dona me apresentou os vinis que acabava de adquirir em viagem à Europa. Entre eles, ela comemorava, uma cópia do primeiro álbum do Killers, o marcante “Hot Fuss”, de 2004, época áurea do novo rock, que toca direto na Chá Comigo. “Eu sou louca por ‘Mr. Brightside’. É a ‘minha música’, meus amigos me reconhecem por ela e sempre vêem me falar quando ouvem, quando toca em pista. Tenho até ela tatuada em mim”.
Já estava achando muito revival de “Mr. Brightside” para a cabeça quando me deparei nesta semana com uma genial reportagem do “Noisey”, site de new music com curadoria da descolada revista “Vice”. Sobre… “Mr. Brightside”.
O título perguntava, sem muito responder no texto, “Como e por que ‘Mr. Brightside” nunca saiu das paradas britânicas. NUNCA. De 2003, primeiro single de uma bandinha desconhecida de Las Vegas (!!!!!), com um relançamento caprichado em 2004, até hoje, 2017. HOJE.
“Mr. Brightside”, primeiro hino master do Killers que trazia uma briga de casal, ele caindo no sono e ela pegando um táxi, está até esta data no Top 100 do Reino Unido. É muito sério isso.
Uma parte do texto da Noisey diz assim: “Por razões desconhecidas, “Mr. Brightside’ está atualmente na parada britânica. Coming out of its cage e no número 93, doing just fine (alguém me segura) entre uma canção do The Vamps e aquela colaboração entre ZAYN e a Taylor Swift para o filme ’50 Shades Darker’, Brandon Flowers mais uma vez, como dizem, nas paradas de sucesso. Mas por que esta música em especial? E por que agora? O hit “Yeah”, do Usher, é de 2004 e cadê ela? Por que não “Hey Mama”, do Black Eyed Peas? Ou “Drop It Like It’s Hot”? Quais forças deram essa quinta música da lista de melhores de 2004 da “NME” a relevância que têm hoje, acima de outros totens do passado, botando ela para morar entre as mais lucrativas 100 músicas do momento em 2017?”
O texto avança na pesquisa e percebe que, olhando o histórico do UK Chart, não houve um ano sequer, desde seu lançamento, que “Mr. Brightside” não esteve no Top 100.
Ela está em 93º agora, nesta semana de maio de 2017, mas em janeiro DESTE ANO ela conseguiu chegar ao número 49 da parada, sua posição mais alta em três anos. POR QUÊ???? A Noisey constata, também em letras maiúsculas: “‘MR. BRIGHTSIDE FOI LITERALMENTE UM SINGLE TOP 50 EM 2017. E ESTÁ NAS PARADAS ATÉ ESTE MOMENTO. VAMOS ABSORVER ESTA INFORMAÇÃO POR UM SEGUNDO”.
Absorve aí, galera. E ajuda a gente a encontrar uma explicação.
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