Morre um dos caras mais importantes para a new music, de onde viemos e para onde vamos. RIP, Kid Vinil!

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* Cacete, esta doeu. Morreu hoje o apresentador, roqueiro, conhecedor, professor, empresário, colecionador e muito gente-fina Kid Vinil, um dos caras mais atuantes no Brasil para esse tipo de música que nos alimenta, pela qual sites como este militam. Kid estava em coma induzido há quase um mês, depois de tretas de saúde ligadas a diabetes que o derrubaram em cima de um palco, quando fazia show no interior de Minas Gerais. Kid nunca mais voltou dessa. E não voltará mais.

Não sei nem direito o que dizer, neste momento, mas o Kid Vinil em um programa que tinha na Antena 1, nos anos 80, me mostrou Smiths pela primeira vez. Minha vida e minha carreira foi moldada, acho, depois desse fato. Disse isso para ele por volta de 1 milhão de vezes, acho. Ele ria.

Ouso dizer que a Popload, pelo menos uma parte dela, deve sua existência a Kid Vinil. Seja por seu papel como jornalista e empresário de música. Seus textos na Folha e Estadão, quando não tinham muitos textos sobre o que a gente gosta em jornais grandes. Ele na MTV comandando Lado B. Dirigindo gravadora, sendo gerente artístico na importante fase da Trama Musical. Comandando o velho “Fábrica do Som”, na Cultura. Ou o “Som Pop” na mesma casa. Sempre carregando a bandeira da música independente.

Kid, na real, foi o primeiro indie do Brasil. Indie-mesmo. Indie punk, indie pós-punk, indie new music sempre. Indie mesmo com uma banda fanfarrona como o Magazine, que lhe deu verdadeira fama nacional no meio da era do pop rock anos 80 que dominou o Brasil. A começar pelo nome de sua banda, inspirada na assombrosa banda do punk e principalmente pós-punk inglês, de Manchester.

Colecionador de discos, um dos meus últimos contatos pessoais frente a frente com Kid foi porque ele me fez uma encomenda de viagem que me irritou até bastante. Trazer um monte de vinil para ele da gravadora do Jack White, a Third Man Records, em uma ida minha ao South by Southwest, no Texas. Maior peso, pô.

Ah, sei lá. Muito chato pessoas como o Kid Vinil, que além de tudo era um dos caras mais doces para se conhecer, irem embora. Numa época de tanto anti-heróis deste país bizarro e zuado, vai-se o Herói do Brasil.

RIP, Kid!

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Postado por Lucio Ribeiro   dia 19/05/2017
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