Futebol é pop, parte 2. A resposta do City ao United/Stone Roses. E o Thin Lizzy na camisa de um tradicional time da Irlanda

Tudo bem que você provavelmente estava por aí em algum bloquinho ou descansando longe deles, mas durante o Carnaval a gente destacou por aqui mais uma matéria da série “O futebol é pop”, desta vez contando sobre a matadora colaboração envolvendo o Manchester United, um dos maiores times do mundo, e o Stone Roses, uma das mais cultuadas bandas surgidas na Inglaterra em todos os tempos.

Pois bem. Por esses dias, mais um clube europeu resolveu lançar uma camisa fazendo referências a outra banda histórica. Só que, antes de contar esta popice, vamos continuar em Manchester…

Principal rival do United (clube adorado pelo Stone Roses), o outro time da cidade, Manchester City – que por anos e anos foi ofuscado, mas vem dando o troco na última década – tem como principais torcedores os embaçados irmãos Liam e Noel Gallagher. O amor ao clube (e provavelmente pela própria mãe) talvez seja a única coisa que sempre os fizeram ficar do mesmo lado.

A notícia é que, na próxima temporada, Noel será o responsável por colaborar com o conceito da camisa 4 do Manchester City, informação antecipada pelo site especializado em camisas de futebol, Footy Headlines.

O irmão mais velho do Liam lançou ano passado o disco “Council Skies”, que é uma espécie de tributo à Manchester e à vida difícil que a família Gallagher teve na cidade antes do Oasis ganhar fama mundial. No material do álbum, claro, existem diversas referências e imagens ao Manchester City, a começar pela própria capa, em que a foto foi tirada onde, antigamente, era o círculo central do antigo estádio da equipe, o Maine Road.

Enquanto a camisa do City by Noel Gallagher não sai, estamos aqui para falar do Bohemian FC, um pequeno time de Dublin que disputa a pouco conhecida primeira divisão da Irlanda.

Para seu uniforme 2, o de jogar fora de casa, a equipe irlandesa prestou uma homenagem ao Thin Lizzy, icônica banda de rock da cidade, que fez grande sucesso especialmente na década de 70.

A camisa tem a logo da banda em destaque na parte frontal, onde tradicionalmente o espaço é ocupado pelo principal patrocinador. Nas costas está a frase “Friday night, they’ll be dressed to kill”, extraída de “The Boys Are Back in Town”, principal sucesso do grupo. Já nas golas existem menções ao disco “Black Rose”, lançado em 1978, além de referências à identidade visual criada pelo renomado Jim Fitzpatrick na obra.

Now on Sale: Our 2024 away kit, testament to Thin Lizzy's famous 1977 gig at Dalymount Park.

Shirt sales will also raise funds to provide access to music for underprivileged children across Dublin City.

'Friday night they'll be dressed to kill'.

👉https://t.co/WKrNZ05Qef pic.twitter.com/es7qwLwK9l

— Bohemian Football Club (@bfcdublin) February 12, 2024

A iniciativa, segundo o Bohemian FC, foi de celebrar não só a influência da banda, mas também seu pioneirismo em misturar elementos da música tradicional irlandesa com o rock naquela época, dando destaque e divulgação para a cultura local tão solene para os irlandeses.

“A nossa camisa 2 de 2024 é uma celebração ao emblemático show do Thin Lizzy em 1977, marcando o primeiro grande festival de rock de Dublin realizado no Dalymount Park, o estádio do nosso clube. Com uma homenagem na gola através da citação ‘Friday night, they’ll be dressed to kill…’, a camisa também exibe detalhes inspirados no álbum ‘Black Rose’, criados pelo renomado Jim Fitzpatrick, que adornam o corpo da camisa e os acabamentos das mangas. Adicionalmente, na parte inferior frontal, colocamos uma etiqueta bordada que reproduz o pôster daquele histórico show”, publicou o clube, em comunicado à imprensa.

Esta não é a primeira vez que o Bohemian, um dos clubes mais antigos e tradicionais da Irlanda, bota música em sua camisa. Em 2018, o time fez uma homenagem na mesma linha para Bob Marley, que realizou um de seus últimos shows da carreira justamente no estádio do clube, o mesmo onde o Thin Lizzy tocou.

No entanto, na época, a família de Marley vetou a comercialização das camisas que tinham uma silhueta do rosto do cantor. Só que, quatro anos mais tarde, as partes parecem ter entrado em um acordo e as peças passaram a ser vendidas normalmente.