A banda paranaense Terraplana começou neste final de semana em São Paulo (acima) a turnê de divulgação do seu ótimo disco novo, o “Natural”, lançado há um mês, no período em que o quarteto estava fazendo DEZOITO shows nos EUA, com dez apresentações no festival South by Southwest, no Texas.,
“Natural”, o segundo álbum do Terraplana”, lançamento Balaclava Records, representa um enorme avanço em sonoridades, em relação ao primeiro, “Olhar pra Trás”, de 2003. Deixou de ser uma banda “shoegaze” para arriscar mais estilos dentro da música independente, o que deu uma “alargada” nos alcances do grupo. Até menos tímidos eles estão, em disco e principalmente ao vivo. O show, foi amplamente reparado no final de semana, cresceu bem.
Depois desses concertos em SP, que rolaram no Sesc Belenzinho, a banda segue para uma correria sulista no próximo final de semana: Curitiba na sexta, Porto Alegre no sábado e Florianópolis no domingo (veja cartaz da turnê toda no fim deste post).
Trouxemos aqui, além de imagens em foto (Fernando Yokota) e vídeo (Bruno Capelas) do primeiro show paulistano do Terraplana, no sábado, um especial de cinco coisas que inspiraram a banda para compor o “Natural”, seu novo álbum.
Na listinha feita pela banda, temos um filme, uma série e três artistas que ajudam a explicar o disco. E, veja, nenhum nome shoegaze foi citado.
Vamos à lista de influência do Terraplana:
* 1, 2, 3 – Beatles, Smashing Pumpkins, Esperanza Spalding
Para começar a listagem, a banda optou por três artistas da música de épocas e estilos bem diferentes entre si. Quem ouve tanta guitarra em “natural” até enxerga de cara Billy Corgan e cia, mas e esse Beatles e o jazz da Esperanza? “Esses artistas influenciaram de diversas formas, tanto na questão de timbres, temas ou na questão rítmica das músicas, as vezes de forma direta, mas na maioria das vezes de uma forma mais subjetiva. Beatles tem muita coisa mais surreal que foi um lado que seguimos em algumas das músicas, como “Salto” e “Morro Azul”. Smashing Pumpkins também influenciou na temática das letras e nos timbres, como da “Charlie”, e Esperanza num lado mais rítmico da coisa toda”, anota o terraplana. Faz sentido. Ouçam o álbum “Esperanza”, de 2008. A explicação do balanço em “amanhecer” está lá!
* 4 – “Housu” (1977, House)
A quarta indicação é o surrealista terror japonês “House”, dirigido por Nobuhiko Ôbayashi. Quem não viu o filme, certamente já viu ele ser bem recomendado por alguém no closet da Criterion. “O filme serviu como uma inspiração visual e pra criar um “ambiente” pra esse novo álbum, ele tem muitas texturas e colagens, é como se fosse um sonho sombrio e estranhamente aconchegante”.
* 5 – Twin Peaks e David Lynch (de um modo geral)
Como tocamos nas palavras surrealismo e terror, era questão de tempo para ele aparecer. Mr. David Lynch. Tem várias do terraplana que caíram bem enquanto observamos o agente Cooper chegar naquela cidadezinha estranha. “Foi uma influência pelo lado mais surreal e sonhador da coisa, além da forma com que ele olhava a criatividade e o subconsciente no momento criativo, acho que essa coisa de deixar o inconsciente guiar a obra e aceitar o acaso como definidor de tudo também foi algo importante pra gente”.
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* A atual turnê do Terraplana e vídeos da apresentação de sábado em SP.
** As fotos do show do Sesc Belenzinho são de Fernando Yokota. Os vídeos, de Bruno Capelas