CENA – Josyara experimenta hoje, ao vivo em SP, seu novo álbum, uma consequente liberdade adquirida e sua afirmação também como cantora

Em seu terceiro álbum, “Avia”, lançado não tem um mês, a compositora, cantora e instrumentista baiana Josyara atinge um novo ápice em sua crescente trajetória artística. Com maturidade sonora, ela entrega seu trabalho mais completo até agora, um disco que celebra a liberdade criativa e consolida sua identidade musical.

Nesta noite de sexta-feira, o disco ganha seu lançamento ao vivo com show no teatro do Sesc Avenida Paulista, onde Josyara apresenta suas músicas acompanhada por uma ótima banda, composta por Lucas Martins (baixo), Bruno Marques (bateria) e Charles Tixier (samples e synth).

Sobre o álbum em questão, ao longo de dez faixas, Josyara costura afetos, memórias e movimentos com delicadeza e força. O título do álbum, “Avia”, não é à toa: “Avia significa deixar correr, caminhar, despachar, adiantar, concluir. A escolha por esse nome para o disco sugere exatamente essa interpretação: seguir em frente, fazer acontecer”, comenta a artista.

A construção de “Avia” dialoga diretamente com o processo de seu disco autoral anterior, “À Deus Dará” (2022), e com o aprofundamento de seus estudos em produção musical.

“Esse novo trabalho imprime um pouco mais essa evolução de alguns aprendizados que eu tive com o segundo álbum. Então, esse terceiro se deu em casa mesmo, no meu home studio, vendo possibilidades de texturas, de caminhos”, explica.

Foi a partir dessa pesquisa caseira e introspectiva que Josyara desenhou as bases do disco antes de levá-las ao estúdio, onde contou com a coprodução do conhecido Rafael Ramos.

Mas “Avia” também é um disco de colaborações. Das dez faixas, quatro foram compostas em parceria com outras artistas. O single “Sobre Nós”, lançado recentemente, é fruto da conexão pela rede X com sua conterrânea Pitty. Você pode ler mais sobre isso aqui.

Já as outras cooperações vêm de trocas com Liniker, Juliana Linhares e Iara Rennó, encontros que trazem camadas afetivas e estéticas ao disco.

Capa de “Avia”, o mais recente disco da baiana Josyara

“Eu resgatei essas músicas por uma memória afetiva, por um desejo de falar dessas narrativas no disco. Então fui me lembrando, pegando coisas antigas, refazendo”, conta Josyara.

A abertura do álbum é uma interpretação sensível de “Eu Gosto Assim”, faixa do disco Anelis Assumpção e os Amigos Imaginários (2014), que Josyara já cantava há anos em seus shows. Com arranjos sofisticados, ela revisita a canção de forma única, evidenciando sua força como intérprete.

Outra releitura marcante é “Ensacado”, uma homenagem em vida aos compositores Cátia de França e Sergio Natureza.

Para Josyara, esses gestos de reviver músicas de outros artistas são parte essencial de sua proposta artística: “Eu acho que a gente ressignifica a música. A gente ganha com tudo isso, cantando músicas dos nossos parceiros, das nossas amigas no show. Então eu tenho esse intuito para a minha carreira: de sempre trazer músicas que eu gosto, independentemente se elas são inéditas ou não, se já são tocadas, muito conhecidas ou não”.

Com “Avia”, Josyara reafirma sua potência multifacetada como cantora, compositora, instrumentista e produtora. É um disco que caminha com passos firmes e ao mesmo tempo livres — feito por quem sabe de onde veio e tem muita clareza de para onde quer ir.

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* As fotos de Josyara para este post são da Juh Almeida.

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Postado por Carolina Andreosi   dia 09/05/2025
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