Atual guitarrista da cena paulistana, Luiza Pereira, ex-tecladista e cantora da outrora banda Inky, vem com seu disco de estreia e um manifesto na próxima quinta-feira. É quando ela lança “Vazio Obsceno”, primeiro álbum com a assinatura MADRE, que sai pelo esperto selo Seloki Records.
De “Vazio Obsceno”, a gente já começa mostrando a capa-artsy, com exclusividade. Já já falamos do manifesto em si.
“Era pandemia, me dei uma guitarra de presente de aniversário e comecei a compor. Nunca tinha tocado guitarra antes, então pude criar de forma muito livre e intuitiva. Meu processo de composição foi uma catarse sonora de tudo que eu estava sentindo e do contexto a minha volta na época”, explica sua nova faceta a Luiza, ou MADRE. Menina que faz, ela também, em “Vazio Obsceno”, se meteu na produção também, em parceria com Lucas Villela.
O detalhe é que “Vazio Obsceno” será lançado nas plataformas digitais na quinta-feira e seis meses depois vai desaparecer delas. Depois deste período, o álbum só vai existir fisicamente. Cópias do disco em CD e vinil estão sendo produzidas para um novo lançamento do álbum num futuro próximo.
A própria artista conta sobre esse manifesto antidigital: “Estão claros os efeitos negativos – e positivos também – que a cultura digital
trouxe para a música independente, mas sinto que nos tornamos reféns e que estamos acovardados diante do que parece ser a única alternativa – que não é justa nem sustentável. Existem outros caminhos para resgatar o consumo de música e a relação de ouvinte/artista de forma mais humana, para além do digital. Música sempre foi sobre comunidade e experiência. Tenho mais interesse em ter uma microcomunidade de pessoas reais que me acompanham do que focar em números virtuais que muitas vezes nem convertem em nada concreto”.
De novo, “Vazio Obsceno” vai quinta para as plataformas de streaming. E fica lá por seis meses.
Sobre a capa, acima, ela é “silenciosa, efêmera e com poucos elementos” que, segundo Luiza, explica visualmente os elementos presentes nas oito canções do álbum.
Ela fala mais: “Eu queria uma capa preta, uma anticapa, algo que parecesse uma bandeira pirata no streaming e que reforçasse minha mensagem para esse lançamento. Quando levei isso para Ana [David] e para o João [Vieira], eles tiveram a ideia de desenvolver uma que parecesse preta de longe, mas que tivesse uma simbologia.
“As texturas são como ruídos ou reverberações que buscam romper o obsceno silêncio do espaço. No centro, há o vazio representado por um círculo oblongo, que contém uma infinidade de significados, mas, principalmente, representa as simbologias que envolvem o álbum. Inserido no vazio, temos a ausência de tudo que se dá fora dele, porém, ao vazio pertence tudo que se encontra dentro.
“Por fim, temos o monograma da letra M como assinatura, que se apresenta como um corpo distorcido pelo desejo e pelos sentidos, resultando em um visual obscuro e sinestésico.”
Ok?
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* A foto de Luiza Pereira que ilustra a chamada da home da Popload para este post é de Nani Basso.