CENA – Como o disco “Violeta”, do Terno Rei, moldou a banda em um ano de shows

CENA – Como o disco “Violeta”, do Terno Rei, moldou a banda em um ano de shows Foto: divulgação

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* A gente vem acompanhando a banda paulista Terno Rei de perto há um bom tempo, já. E sabemos que algo de especial aconteceu na vida da banda quando, exato um ano atrás, eles lançaram o álbum “Violeta”, o terceiro disco. Num show no Z, clube do Largo da Batata, o Terno Rei instituiu com força a figura do cambista indie. A procura de entradas para a apresentação, esgotada em minutos, saiu no “mercado alternativo” do rock alternativo por quatro vezes o valor oficial. Talvez cinco.

“Violeta”, o disco, continua rendendo muito para a banda, ainda em seu aniversário de 1 ano de lançamento. O grupo se apresentou duas vezes no último final de semana no Sesc Santana, com bilheterias esgotadas. Um lugar para 330 pessoas, como esse Sesc, tem sido pequeno para o Terno Rei desde aquele show de cambista do Z. E o quarteto liderado pelo vocalista/baixista Alê Sater, primo do Almir, ainda toca em abril no Lollapalooa BR. Ok, toca cedo, como todas as bandas indies brasileiras de todas as estirpes. Mas, ainda assim, eles estão lá, talvez para fechar a fase “Violeta”.

A gente botou nossa colaboradora novinha, a poploader Lina Andreosi, para falar do rolê do final de semana do Terno Rei pelos lados da Zona Norte de SP. Ela viu alguns shows do “Violeta” pelo ano, desde o de lançamento oficial no Auditório Ibirapuera, e quis fazer uma geral sobre o aniversário de um ano desse disco da banda.

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Por Lina Andreosi

O “Violeta” foi lançado pelo Terno Rei no comecinho do ano passado e teve seu show de lançamento no Auditório Ibirapuera. Com direto a pré-venda da sua versão em vinil, o terceiro álbum da banda foi apresentado no grande palco do auditório projetado por Niemeyer, que para ocasião foi adornado de ramos de violetas e lavandas, com o quarteto acompanhado no piano pelo produtor do álbum, Gustavo Schirmer.

Foi montado um cenário que esteticamente lembrou a apresentação gravada pelo Nirvana para o MTV Acústico em 1994, com as flores espalhadas pelo palco e uma névoa de fumaça que se misturava às luzes em tons rosas e roxos, e banhavam a banda espalhada pelo palco. Talvez fosse o nervosismo de apresentar o álbum em sua totalidade pela primeira vez ou o local, tão diferente do estilo da banda e dos lugares a que se acostumou a tocar, pois é o tipo de show que se encaixa muito melhor em casas menores, mais escuras e com audiência em pé. Por isso tudo, foi uma apresentação um tanto desconectada, que causou estranheza. Mas ok também. Ali foi somente o início da jornada do Terno Rei com o “Violeta”.

Após um ano correndo de ponta a ponta do Brasil rodeados pelo “furor Violeta” que o álbum se tornou, com mais e mais pessoas entoando suas músicas, a banda cresceu e então se conectou com sua obra, introduzindo riffs e momentos de sintonia entre as músicas. Com proficiência, Ale Sater lidera nos vocais e baixo, e fica claro que ele está muito mais confortável em se perder em suas letras e melodias do que falando com o público – fato que vale para toda a banda, aliás. Isso apesar de até serem carismáticos quando interagem com o público.

O Terno Rei fez sua última apresentação de 2019 em São Paulo na Noite Balaclava, evento da SIM São Paulo, no Cine Jóia, onde performaram em um line-up de atos da gravadora da qual fazem parte. Nesse show a banda brilhou como nunca havia visto. No palco do Jóia — que se provou a casa perfeita pro Terno Rei, viu, Lúcio? –, a banda tocou um “Violeta” diferente do que ouvimos no álbum ou no Ibirapuera. Foi um “Violeta” naturalmente viajado e testado, e adorado por todos os tipos de audiência. Falando em audiência, nada mais lindo que a emoção de todos ao cantar que naquele dia, o do último show do ano”, fez um “Dia Lindo”.

No último fim de semana, a banda apareceu por duas vezes nos esgotados shows do Sesc Santana, em comemoração ao primeiro ano do “Violeta”, provando que tem seu público fiel que os segue até um local fora do eixo tradicional de uma banda da cena paulistana. Foram duas apresentações que selaram dois fatos:
1. o Terno Rei não é uma banda que vai fazer acrobacias para conquistar seu público. Nem acredito que é isso que os fãs queiram. O negócio deles são as músicas meio melodramáticas sobre a vida na cidade de pedra, meio anos 90, e seu jeito de grandes meninos conduzindo toda essa retórica indie.
2. Em referência àquele primeiro show do Auditório Ibirapuera, eles estão muito mais do que preparados para assumir para eles o palcão do Lollapalooza, em abril.

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* As fotos do Terno Rei usadas para este post, aqui e na home da Popload, são de Clibas Pacheco.

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Postado por Lucio Ribeiro   dia 03/02/2020
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