Já vivemos uns três anos em 2022, mas ainda tem um último festival “dos nossos” para a gente curtir enquanto dezembro (e a Copa) não acaba(m). E talvez a máxima de que um dos melhores ficou por último se aplique à 10ª edição do Balaclava Fest, que acontece hoje, domingo, no Tokio Marine Hall (ex-Tom Brasil), em São Paulo, com alguns ingressos ainda disponíveis.
O line-up de celebração está recheado de indies internacionais que adoramos, como o grupo canadense de indie pop Alvvays, que trazem o show do ótimo disco recém-lançado, o “Blue Rev”, e a psicodélica Crumb, do Brooklyn.
Mas a cereja do bolo de aniversário deste Balaclava é o famoso e inédito no país Fleet Foxes, de Seattle, liderada pelo excêntrico Robin Pecknold, que faz seu primeiro show no Brasil em 16 anos de banda.
Será que podemos reduzir esse Fleet Foxes que toca amanhã ao significado de um grupo comum? Hoje o Fleet Foxes já está tão permeado na cultura indie que deixou de ser “apenas uma banda” e representa algo maior para a nossa comunidade.
Ao longo desses 16 anos, Pecknold liderou o conjunto que nasceu nas terras de Kurt Cobain ao longo de uma jornada repleta de músicas que se tornaram clássicos do indie folk americano, como “Mykonos” e “White Winter Hymnal”. Mas os anos também foram marcados por alterações na composição da banda. Talvez a mais comentada foi a saída do baterista Josh Tillman, que resolviu assumir a persona Father John Misty e virar front leader em carreira solo.
Então perguntamos para Robin Pecknold como ele definiria esse Fleet Foxes de 2022. E a resposta nos deixou ainda mais ansiosos para o show: “Fleet Foxes é uma boa desculpa para fazermos celebrações com pessoas de opiniões semelhantes ao redor do mundo”. A tal comunidade representada pelo Fleet Foxes e, claro, o Balaclava Festival.
Confira abaixo mais da entrevista com Pecknold, conduzida por Carolina Andreosi.
Popload – Para você, o que é o Fleet Foxes agora no final de 2022?
Robin Pecknold – Grande pergunta. Fleet Foxes é uma boa desculpa para fazermos celebrações com pessoas de opiniões semelhantes ao redor do mundo
Popload – O quarto disco da banda, o “Shore” [2020], trouxe o Fleet Foxes de volta ao lugar de luz e esperança, mesmo tendo sido finalizado e lançado no meio da pandemia. Agora na turnê, como tem sido a sensação de trazer essas canções para o ao vivo e no mundo todo? E de alguma forma elas modificaram o jeito de você tocar as canções ao vivo?
Pecknold –Tem sido uma alegria dar vida às músicas novas depois de tudo o que passamos, porque elas foram escritas mesmo para serem tocadas ao vivo. As versões delas no palco são bem mais encorpadas e mais dinâmicas de um jeito que você nunca poderiam ser capturadas num estúdio. E a banda está num momento muito inspirado agora. Tem realmente sido um prazer.
Popload – Você finalmente está vindo ao Brasil pela primeira vez, mas o Brasil tem estado bastante representado na sua vida já há algum tempinho. Como tem sido isso, esse seu envolvimento musical com o Tim Bernardes, que colaborou no seu disco e ainda tem participando de shows com você nas turnês americanas e europeias?
Pecknold – Eu adoraria fazer mais músicas com o Tim e passar mais tempo no Brasil. A gente o levou aos EUA e à Europa e o público do Fleet Foxes amou ele muito, apesar da barreira da língua. É uma honra para mim conectar a música dele ao público do Hemisfério Norte.
Popload – Agora que você conseguiu fazer shows com seu último disco e tocar em lugares em que você nunca tinha estado, como você olha para o futuro do Fleet Foxes?
Pecknold – Eu posso te dizer que a partir disso o futuro parece muito iluminado e cheio de opções e potencial em várias novas maneiras.
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* Abaixo, os horários de hoje do Balaclava Festival. O Fleet Foxes toca às 21h30.
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* A foto de Robin Pecknold usada neste post é de Shervin Lainez.