Após 16 anos, The Cure lança um disco novo e faz apresentação especial para a BBC. Ingleses farão show hoje, ao vivo para o mundo todo, já miram o próximo álbum e o próprio fim

Após 16 anos, The Cure lança um disco novo e faz apresentação especial para a BBC. Ingleses farão show hoje, ao vivo para o mundo todo, já miram o próximo álbum e o próprio fim Foto: divulgação

Demorou e muito, mas saiu. Está entre nós, enfim, “Songs of a Lost World”, o novo disco do The Cure que a gente pensou que nunca sairia.

São 8 faixas e 50 minutos de tristeza linda e um som sofisticado que nos leva para os primórdios da banda. Um trabalho caprichado e não esperávamos menos do que isso.

Puxado pelos singles “Alone” e “A Fragile Thing”, o disco tem recebido notas altas em reviews mundo afora. É o primeiro disco do Cure desde 2008. Também o primeiro de muitos alarmes falsos nos últimos 16 anos. A ideia, segundo o Robert Smith, era que o projeto tivesse sido lançado no máximo em 2018, quando a banda completava 40 anos de carreira.

“Era um grande plano, mas grandes planos geralmente não funcionam muito bem, na minha experiência. O disco não estava realmente sendo feito pelas razões certas. Foi um pouco ‘triunfal’, suponho, olhando para trás. O tom estava errado. No final, o que aconteceu em 2018 foi uma ótima maneira de marcar o aniversário da banda. Isso me deu tempo para pensar: ‘Por que faríamos um novo álbum?’. O que aconteceu em 2019 foi muito mais natural e tudo evoluiu a partir disso. Não havia mais essa ideia de que estávamos ‘celebrando’ algo ou marcando um momento. Estava se tornando algo muito mais artístico, para ser honesto, em vez de algo que fizesse parte dessa ideia de, ‘aqui está o The Cure após 40 anos, fiquem impressionados!’”, refletiu.

A boa notícia é que este tempo todo sem um disco cheio fez a banda acumular bastante material para projetos futuros, que não devem demorar muito a serem lançados, já que Smith enxerga a banda em sua reta final de trajetória.

“A demo da música mais antiga deste álbum foi feita em 2010. Elas se estendem ao longo de todo esse tempo. A maioria delas, provavelmente cinco, foi escrita desde 2017. Três delas: uma foi em 2010, outra em 2011 e outra entre 2013 ou 2014. Havia muitas músicas para escolher. Gravamos cerca de 25 ou 26 músicas em 2019. Gravamos três álbuns em 2019, esse sempre foi o problema. Tentei finalizar três álbuns. Após esperar tanto tempo, eu pensei: ‘Vamos simplesmente lançar álbuns do The Cure a cada poucos meses!’ Olhando para trás, você pensa: ‘Sério? Eu poderia ter feito isso muito melhor’. Mas, desta vez vai dar certo. Terminando esse, o segundo também está praticamente pronto. O terceiro é um pouco mais difícil porque, bem, não sei se chegaremos até lá. Falando sobre o terceiro álbum, saca? Simplesmente, não consigo me segurar”, projetou o líder do grupo.

Quando Smith fala do fim da banda não chega nem a ser em tom alarmista. Segundo ele, em entrevistas recentes, é um processo natural, pois o Cure completará 50 anos de carreira em breve. O que já é suficiente para eles projetarem a aposentadoria.

“Sério, eu preciso terminar este próximo álbum. Nós iríamos tocar em alguns festivais no ano que vem, mas há algumas semanas decidi que não vamos fazer nenhum show até o próximo verão (europeu). A próxima vez que seremos vistos nos palcos será em outubro de 2025. Provavelmente tocaremos regularmente até 2028”, ressaltou, fazendo referência aos 50 anos da banda.

“Eu estarei com 70 anos em 2029, e será o cinquentenário do nosso disco de estreia (Three Imaginary Boys). Se eu conseguir chegar tão longe, é isso. Eu adorei os shows dos últimos 10 anos. Foi a nossa melhor década. Superou de longe os outros 30 e tantos anos de banda. Foi ótimo! Nós nos tornamos uma banda que sabe trabalhar nosso catálogo. Nós podemos sair em turnê e tocar 30 músicas por duas horas e montar setlists totalmente diferentes de uma noite para outra”, complementou.

Como o próprio Robert disse, a ideia é de que vejamos o Cure em ação nos palcos somente daqui um ano. Nas últimas horas, a BBC soltou uma apresentação exclusiva de uma hora gravada especialmente para as emissoras do grupo. Hoje, por volta das 17h (de Brasília), o grupo vai mostrar seu único show de divulgação do disco, ao vivo de Londres, de graça, em link que está no final deste post.

The Cure, amigos.

 
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