A Popload ouviu: o ótimo “Romance”, novo álbum do Fontaines D.C.

Se alguém ainda não percebeu, a banda irlandesa Fontaines D.C. é a melhor banda de rock hoje no mundo. Nesses termos, mesmo. Já num patamar maior do que apenas “uma incrível banda indie”.

O grupo do marcante vocalista-literário Grian Chatten é banda para discos ótimos e posto alto em festivais grandes (alôôô, Lollapalooza-BR), ainda mais depois de hoje à meia-noite quando sair este incrível “Romance”, seu quarto álbum, mais “universal” que os outros três, que vieram aos poucos numa nítida expansão de horizontes sonoros e de estilo, deixando a raiz irlandesa lá em Dublin para ganhar o mundo. Destaque do post-punk? Muito pouco para eles.

“A banda já entregou tudo nos singles” é um pensamento normal quando se ouve as quatro faixas do disco já lançadas, como “In the Modern World” (que saiu nesta semana) e as catárticas “Starbuster”, “Favourite” e “Here’s the Thing”. Se você computar o que o quinteto mostrou ao vivo, então…

Mas tem muito mais preciosidades de onde saíram estas. O Fontaines D.C. guarda para o lançamento oficial do disco, por exemplo, e no mesmo nível dos quatro singles, as novas marcantes (digamos) “Bug”, “Sundowner”, “Horseness Is the Whatness” e “Death Kink”, por exemplo. E, se as outras três (são 11 faixas) não são brilhantes como essas citadas, estão longe de ser consideradas exatamente ruins.

Convenhamos: um álbum que tem pelo menos OITO singles potenciais como este “Romance” merece uma nota bem maior do que deu a, aqui, preguiçosa “Pitchfork”, com um 7.7. E olha que é uma avaliação até substancial vinda do site americano. Mas que não faz jus a este quarto álbum do Fontaines D.C.

“Romance” é uma interessante variação sonora para uma banda que encontrou sua maturidade sem ficar caricata e/ou “adulta”, sem mais tanta energia como no começo. Muito pelo contrário.

O som do disco, dentro dessa universidade de estilos e temporal, tem um quê de rock indie americano e britpop, um tiquinho de folk, shoegaze. É áspero, às vezes devagar, às vezes rapidão. Tem músicas simples, tem grandiosas. O disco vem com cheiro de Pavement, de Tame Impala, de Pixies, de Smiths. Você não enxerga The Smiths em “Favourite”?

“In the Modern World” é daquelas épicas para encerrar shows grandiosos tipo “40”, do U2, boas para ir embora abraçado a amigos e amigas, todo mundo feliz.

Essa universalidade toda certamente é coisa do novo produtor da banda, o conhecido James Ford (Arctic Monkeys, Gorillaz, Haim).

E tudo isso acontece, importante dizer, sem perdermos a referência de que estamos ouvindo o Fontaines D.C., as poesias do Grian Chatten, as duas guitarras incríveis da banda.

Trabalho notável, identidade mantida. Fontaines D.C., para o alto e avante.

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* A foto da banda Fontaines D.C. usada para este post é de Simon Wheatley






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