Começou 2024 e começaram as músicas boas. O ano promete ser aquela correria sonora de lançamentos (e seus devidos desdobramentos ao vivo). Pode vir tudo, estamos prontos!
O Radiohead sempre foi uma banda muito propositiva e cada disco seu, uma pequena revolução interna. Mas as revoluções são doloridas e custosas. Enquanto não mudam os rumos, se é que vão querer sacudir a poeira novamente, Thom Yorke e Jonny Greenwood decidiram que vale continuar desenhando boas composições. E isso ficou provado no primeiro álbum do trio The Smile, projeto do duo com o inventivo baterista Tom Skinner. O segundo disco do Smile, o já bem esperado “Wall of Eyes”, será lançado logo mais no final do mês e o single mais recente faz bem ao usar alguns caminhos já trilhados pelo Radiohead.
É tão boa a nova do Jamie XX, né? A piada é ruim, mas serve para chamar atenção ao bom novo single de Jamie, que em termos solos andava parado desde 2022, embora esteja se movendo muito ajudando os amigos de banda Romy e Oliver Slim por aí. O papo de que ele finalmente solta um sucessor para o elogiadíssimo “In Colour”, seu segundo solo, lançado no distante 2015, esquenta.
Mais um ano em que nossas principais apostas de bandas que vão acontecer miram a Irlanda. O Sprints, quarteto de Dublin, lançou “Letter to Self”, seu disco de estreia, e honrou as altas expectativas. Boas notas na imprensa e forte presença na nossa rotina, viu? É todo dia um play no disquinho, que carrega muito do pós-punk clássico – nos timbres, nos arranjos e nos climas criados. O violão de “Can’t Get Enough of It” praticamente pede bênção ao Joy Division. Ao mesmo tempo, dá para notar que a turma ouviu um tanto de emo/hardcore nos últimos 20 anos.
Duo americano que por um momento lá em 2007 foi a banda indie mais importante do mundo, o MGMT procura retomar tempos melhores com o lançamento, mês que vem, de seu mais novo disco, o quinto. Nesta semana conhecemos o mais novo deles, “Nothing to Declare”, uma fofureza de música que cresce absurda por embalar um vídeo incrível cujas palavras para descrevê-lo mais nos falta.
Alguém acorda a gente? Vai dar dez anos (!!!) que o Future Islands causou com a dancinha bizarra de seu vocalista Sam T. Herring no David Letterman. Uau! Melhor que essa boa lembrança é notar o quanto a banda anda em dia com sua pegada dançante que ainda vai autorizar muitas e muitas danças esquisitas por aí. Uma mesmo aconteceu enquanto batucamos esse texto.
Pelo visto a volta do Oasis vai ficar para outro ano. Na falta de Noel, Liam sacou uma parceria com outro grande guitarrista do Britpop. Buscou John Squire, que fez parte do Stone Roses. Picuinha ou não, não tem muito tempo que Noel deu entrevista falando que seria um sonho gravar com o Squire, mas faltava pedir. Liam foi mais rápido e o projeto do duo começa a ganhar forma com o single nostálgico “Just Another Rainbow”. Da sua parte, Noel soltou uma versão demo da inédita “In a Litte While”, que também carrega sua nostalgia – lembra os lados Bs acústicos do Oasis; para muitos, o melhor lado da banda.
Ty Segall, o equivalente solo aos malucos do King Gizzard & The Lizard Wizard pelo número de lançamentos, obviamente já tem um para estes primeiros dias de 2024. “My Best Friend” é o single que adianta “Three Bells”, novo álbum que será lançado ainda neste mês. Vale ir atrás do vídeo da música pelo motivo de: doguinhos.
Billie Eilish levou o Globo de Ouro de Melhor Canção Original com sua música que encerra o filme “Barbie”. A melancólica faixa, levada nos sussurros por Billie, além de boa foi bem vendida pela artista, que circulou por todos os programas e canais de YouTube fazendo sua divulgação, explicando detalhes e até falando sobre seu próximo álbum, que já está sendo feito. Parte dessa trabalheira será recompensada: esse foi só o primeiro prêmio da música. Espere pelo Grammy. Virá.
Talvez o nome de Sophie Ellis-Baxtor não vai te remeter a nada, mas com certeza se você foi a algumas festas nos últimos anos dançou “Murder on the Dancefloor”, hit de Sophie do começo dos anos 2000. Ela tocava bastante na extinta Rádio Oi, não? Em todo caso, a canção voltou à pauta do dia por ser a música que embala uma icônica cena do comentadíssimo “Saltburn”, filme disponível na Amazon Prime que anda dividindo opiniões por aí. O Felipe Neto achou chocante, a gente achou só meio caído mesmo. Mas a cena final é maravilhosa mesmo.