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* Nunca sofri tanto para escolher dez discos nacionais para uma votação. Acho que nunca tinha passado de cinco votos convictos em anos anteriores. Melhorou em 2015. Mas minha lista de álbuns queridos indies (ou correlatos) de 2016, agora sim, essa tem ou teria pelo menos 15 discos. Ou 20, para ser mais justo.
Isso é uma mostra da grande produção da música nacional em 2016, seja com produção caseira ou de garagem, ou com galera independente botando a mão em estúdios mais profissionais, ou construindo seus próprios estúdios, ou tendo apoio de empresas com dinheiro ou instrumentação, ou com alguma ajuda de “gente grande” da indústria de música que, com a escassez de um mainstream decente, olha para a iniciativa alternativa com olhos de sobrevivência. É a CENA da qual falamos e defendemos.
Junta tudo isso à cavalar quantidade de bandas e artistas bons, ao surgimento de muuuuitos lugares para tocar, a todos os festivais bacanas no Brasil inteiro, às conexões internacionais, às conexões internas das cenas que pensam local e agem global, ao crescimento absurdo de gente-que-faz que atua nos bastidores ou, digamos, fora do palco, dando o movimento necessário à CENA.
Pedi a ajuda de um conselho de notáveis da música independente nacional para dar um panorama dos melhores discos de 2016: o incansável e multiarticulador Fabrício Nobre, que bota a cena para correr desde o fim dos anos 90, quando ela nem mesmo existia. A sempre incrível Ana Garcia, um dos pilares indie do Nordeste e dona de um dos festivais mais charmosos do país. A importantíssima Roberta Martinelli, talvez hoje o maior canal de veiculação do indie nacional que temos. O Mancha Leonel da genial Casa do Mancha, onde tudo começa e cresce e volta. Os brothers de longa data Marcelo Costa, Alexandre Matias e os irmãos Dias (Urbanaque), atentíssimos soldados do jornalismo independente. O inacreditável Fernando Dotta, que de dois anos para cá cumpre, e bem, todas as funções da cadeia musical alternativa. Outra incansável do indie nacional faz tempo, a Katia Abreu, que sabe todos os caminhos indies e até ajudou a instituir aqui o Dia da Música. O “new entry” e inquieto (uma grande qualidade indie) Vinicius Felix também participa.
Enfim, nesse caldeirão de votos e citações, estabeleci quais seriam um Top 10 GERAL do indie nacional em 2016, baseado em: número de votos e a posição dos discos no ranking de preferência dos votantes. E deu isso aqui como OS MELHORES DISCOS DE 2016.
Lúcio Ribeiro – Popload
1. FingerFingerrr – “MAR”
2. Rakta – “III”
3. Cupin – “Cupin”
4. Mano Brown – “Boogie Naipe”
5. Carne Doce – “Princesa”
6. M O O N S – “Songs of Wood & Fire”
7. Não ao Futebol Moderno – “Vida Que Segue”
8. Brvnks – “Lanches”
9. O Terno – “Melhor do Que Parece”
10. Inky – “Animania””
Ana Garcia – festival No Ar Coquetel Molotov
1. Rakta – “III”
2. BaianaSystem – “Duas Cidades”
3. Brvnks – “Lanches”
4. Carne Doce – “Princesa”
5. Lê Almeida – “Todas as Brisas”
6. Negro Léo – “água batizada”
7. Vitor Araújo – “Levanguiã Terê”
8. Larissa luz – “Território Conquistado”
9. Kalouv – “Planar sobre o Invisível”
10. Luziluzia – “1/3 (Concerto para Caixas Pequenas)”
Marcelo Costa – ScreamYell
1. BaianaSystem – “Duas Cidades”
2. Wander Wildner – “A Vida É uma Toalha Estendida num Varal”
3. Vitor Araújo – “Levaguiã Terê”
4. Céu – “Tropix”
5. Wado – “Ivete”
6. The Baggios – “Brutown”
7. Serena Assumpção – “Ascensão”
8. Metá Metá – “MM3”
9. Fernanda Abreu — “Amor Geral”
10. O Terno – “Melhor do Que Parece”
Roberta Martinelli – “Cultura Livre” (TV Cultura) e “Som a Pino” (Rádio Eldorado)
1. Céu – “Tropix”
2. BaianaSystem – “Duas Cidades”
3. Douglas Germano – “Golpe de Vista”
4. O Terno – “Melhor do Que Parece”
5. Metá Metá – “MM3”
6. Mahmundi – “Mahmundi”
7. Mano Brown – “Boogie Naipe”
8. Sabotage – “Sabotage”
9. Tatá Aeroplano – “Step Psicodélico”
10. Tássia Reis – “Outra Esfera”
Fernando Dotta – Balaclava Records
1. Terno Rei – “Essa Noite Bateu com um Sonho”
2. Bilhão – “Bilhão”
3. Mahmundi – “Mahmundi”
4. Ombu – “Pedro”
5. Kill Moves – “No Rewind”
6. Ale Sater – “Japão””
7. M O O N S – “Songs of Wood & Fire”
8. Não ao Futebol Moderno – “Vida Que Segue”
9. Brvnks – “Lanches”
10. Carne Doce – “Princesa”
Fabrício Nobre – A Construtora Música e Cultura e Festival Bananada
1. O Terno – “Melhor do Que Parece”
2. Walverdes – “Repuxo”
3. Bruna Mendez – “O Mesmo Mar Que Nega a Terra Cede à Sua Calma”
4. The Baggios – “Brutown”
5. Barro – “Miocardio”
6. Mahmundi – “Mahmundi”
7. Autoramas – “O Futuro dos Autoramas”
8 – Carne Doce – “Princesa”
9 – Muñoz – “Smokestack”
10 – Rakta – “III”
Mancha Leonel – Casa do Mancha
1 – Céu – Tropix
2 – Baiana System – Duas Cidades
3 – Carne Doce – Princesa
4 – O Terno – Melhor do que parece
5 – Catavento – Cha
6 – Hierofante Púrpura – Disco Demência
7 – Meta Meta – MM3
8 – Tagore – Pineal
9 – Mahmundi – Mahmundi
10 – Juliana Perdigão – Ó
Alexandre Matias – Trabalho Sujo
1. Céu – “Tropix”
2. BaianaSystem – “Duas Cidades”
3. Serena Assumpção – “Ascensão”
4. Tatá Aeroplano – “Step Psicodélico”
5. Rakta – “III”
6. Douglas Germano – “Golpe de Vista”
7. Sabotage – “Sabotage”
8. O Terno – “Melhor do Que Parece”
9. Mano Brown – “Boogie Naipe”
10. João Donato – “Donato Elétrico”
Família Dias, Urbanaque
01. Mahmundi – Mahmundi
02. Mano Brown – Boogie Naipe
03. O Terno – Melhor Do Que Parece
04. Metá Metá – MM3
05. Bruno Souto – Forte
06. BaianaSystem – “Duas Cidades”
07. Bruna Mendez – “O Mesmo Mar Que Nega a Terra Cede à Sua Calma”
08. Rael – “Coisas do Meu Imaginário”
09. Selton – “Loreto Paradiso”
10. Lay – “129129”
Katia Abreu – diretora artística do Dia da Música
1. Carne Doce – “Princesa”
2. III – “Rakta”
3. BaianaSystem – “Duas Cidades”
4. Iará Rennó – “Arco e Flecha”
5. Tássia Reis – “Outra Esfera”
6. Tagore – “Pineal”
7. Baleia – “Atlas”
8. Hurtmold & Paulo Santos – “Curado”
9. Barro – “Miocardio”
10. Francisco, El Hombre – “Soltasbruxa”
Vinicius Felix – editor do Red Bull Música
1. Metá Metá – “MM3”
2. Sabotage – “Sabotage”
3. Mahmundi – “Mahmundi”
4. BaianaSystem – “Duas Cidades”
5. Rashid – “A Coragem da Luz”
6. Tássia Reis – “Outra Esfera”
7. Carne Doce – “Princesa”
8. Rico Dalasam – “Orgunga”
9. Bruno Souto – “Forte”
10. Bruna Mendez – “O Mesmo Mar Que Nega a Terra Cede à Sua Calma”
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