Top 10 Gringo – Lizzo volta logo no topo. Fontaines D.C. entra em segundo para dar chances à galera. Ravyn Lenae traz o R&B ao ranking

Top 10 Gringo – Lizzo volta logo no topo. Fontaines D.C. entra em segundo para dar chances à galera. Ravyn Lenae traz o R&B ao ranking Foto: divulgação

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* Seria uma semana boa para um empate. De um lado, uma artista que amamos e estamos com saudade. Do outro nossa banda favorita, prestes a lançar seu melhor disco. A treta também é que nas outras oito posições tem muita coisa que poderia andar ali na primeira casa, viu. Já ouviu falar na Ravyn Lenae? Ela é incrível. Escuta.

1 – Lizzo – “About Damn Time”
A onda atual aposta freneticamente em lançamentos. Parece sempre que quem está bombando não merece férias. Tem vez que mal a gente escutou um álbum e a pessoa já tem três singles novos e por aí vai. Daí que é bacana ver que a Lizzo tirou um tempo bom do sucesso de “Cuz I Love You”, seu disco lançado em 2019. Teve ali um feat. com a Cardi B, mas ela deixou suas músicas incríveis respirarem mais. E sem dúvida é um pouco desse silêncio e saudade que deixa a chegada de “About Damn Time” tão forte. Fora o fato de ser uma música de dar orgulho a Nile Rodgers, do Chic. Dá maior vontade de ir direto relembrar um pouco do álbum anterior porque não estamos cansados da Lizzo. Vale muito dar uma sacada no vídeo da música, com ela visitando um grupo de ajuda para pessoas “estressadas e sexys”.

2 – Fontaines D.C – “Roman Holiday”
A gente não aguentava mais de ansiedade, mas nesta semana a espera acabou. “Skinty Fia”, terceiro álbum dos irlandeses do Fontaines D.C., chegou. E tipo assim: se o público brasileiro (e as rádios rock deste país) não começar a cair de amores pelo Fontaines agora, a gente desiste (desiste nada, na real) de convencer que eles são uma das melhores banda de rock no mundo hoje. “Roman Holiday”, single mais recente de tantos já adiantados, é uma boa mostra do quanto a banda amadureceu e ficou um tiquinho mais pop sem abrir mão das raízes – aliás, raízes são um dos temas que cercam esse álbum do Fontaines, que aborda muito da questão política local, imigração e o lugar da Irlanda perante ao mundo. Tudo isso em música boa, para melhorar.

3 – Ravyn Lenae – “M.I.A”
É a segunda vez que a gente conta essa, ok? Mas é que é nossa aposta, temos que insitir. Ravyn, cantora de R&B de Chicago que já dividiu palco com nomes como SZA e Noname, vai bombar. A gente já tinha recomendado uma parceria dela com o Steve Lacy, o espertíssimo guitarrista do grupo-conceito The Internet, e o sucesso da vez leva o nome de “M.I.A”, uma música sobre estar confortável consigo mesma. Também é a canção que anuncia o disco de estreia de Ravyn, “Hypnos”, que sai em maio. Chega antes, conta que descobriu primeiro e tal.

4 – Andrew Bird – “Underlands”
Mandando uma ideia sincera sobre este homem de Illinois. Falta sentar para escutar com mais atenção os álbuns que o cantor e multiinstrumentista americano solta por aí desde 1996, mas talvez seja uma boa hora com o anúncio de “Inside Problems”, o novo disco, que sai em junho. “Underlands”, este single do futuro lançamento, fica em um lugar muito interessante. Ela é cheia de diferentes momentos, quase como se fossem diferentes músicas, flerta com jazz, com pop, com soul, de repente parece ser trilha de um musical antigo. Delícia de som.

5 – Kurt Vile – “Flyin (Like a Fast Train)”
Ainda não deu tempo de avaliar com calma o novo álbum do Kurt Vile, mas estamos chegando lá. O disco “(Watch My Moves)” é relativamente longo, mas não é preciso ser expert ainda em Kurt Vile para ficar encantado com a delicadeza folk psicodélica de uma música como esta “Flyin (Like a Fast Train)”. Ela tem uma melodia que permanece intacta entre os versos e o refrão. Não é um Bob Dylan com ácido, mas provavelmente ele tomou alguma coisa depois dessa música ou no dia anterior, talvez.

6 – Zola Jesus – “Desire”
E outra que não lança álbum há um tempo é a norte-americana Zola Jesus, que vai soltar agora em 2022 o sucessor de Okovi, lá de 2017. “Desire” é um piano (com muito eco) e voz daquelas de emocionar. A música cresce e Zola apresenta de maneira muito crua uma voz imensa – indo do grave até um delicado agudo como se fosse uma brincadeira esse tipo de alcance vocal.

7 – Cancer Bats – “Pyschic Jailbreak”

8 – Monuments – “Lavos”
Tem semanas que a gente posta tão pouca guitarra na playlist, né? E falta sempre um olhar para o mundo do metal. Então, duas dicas para quem curte altos berros e bumbo duplo. A primeira é uma banda canadense que está mais perto do punk e do hardocore, a segunda é uma banda britânica mais perto do progressivo. Se é a sua onda, você vai gostar.

9 – Little Simz – “Woman”
Importante trazer a Litte Simz no Top 10 desta semana não por um lançamento, mas pelo texto que ela soltou recentemente sobre o cancelamento de sua turnê pelos Estados Unidos. Entre os motivos listados por ela está uma questão delicada: grana. Por ser uma artista independente que banca sozinha muitos dos custos das viagens, ela calculou que seria um prejuízo encarar um mês longe de casa – para evitar esse stress mental e financeiro, desistiu da tour. É para a gente refletir sobre o mercado de música que pode ser cruel até para uma artista dona do melhor álbum do ano passado. Algo está muito errado.

10 – Wilco – “Reservations” (Live at the Pageant)
Manja aquelas edições de luxo com 11 vinis, 80 músicas inéditas? O Wilco já chegou na idade de começar a relançar seus principais discos nessas megaedições, e vem aí a versão luxoosa daquele que talvez é o maior álbum da banda, o “Yankee Hotel Foxtrot”. A primeira mostra do material novo que chega nessa coleção é esta pegada ao vivo maravilhosa para a grande “Reservations”.

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* A imagem que ilustra a vinheta do nosso ranking internacional é da cantora e flautista americana Lizzo.
** Este ranking é formulado por Lúcio Ribeiro e Vinícius Felix.

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Postado por Lúcio Ribeiro   dia 22/04/2022
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